Afinal, as estrias tem cura?
POR Dra. Adriana Lemos (CRM–32011)*
Homens e mulheres podem apresentar estrias na pele ao longo da vida. Ela é uma das principais queixas nos consultórios de cosmiatria (dermatologia estética), principalmente, entre as mulheres.
As estrias surgem devido ao rompimento das fibras elásticas da pele por distensão cutânea ou por alterações hormonais. Ocorrem, geralmente, durante o estirão (crescimento rápido) da puberdade, no último trimestre de gravidez e em razão da obesidade. Aparecem comumente no abdome (gravidez), nas coxas, nas mamas, nas nádegas (estirão) e no dorso do tronco (homens).
As estrias recentes são as que respondem mais rápido ao tratamento. São avermelhadas, evoluindo, depois, para uma tonalidade esbranquiçada (antigas). Às vezes, assumem coloração escura em pessoas com a pele mais morena.
Mas é possível evitá-las? Há uma tendência pessoal para desenvolvimento das estrias, que está relacionada à qualidade das fibras elásticas existentes na pele. Para quem tem essa predisposição, basta uma pequena distensão da pele para elas aparecerem, e quem não a tem pode ter uma grande distensão sem desenvolvê-las.
Então, o que se pode fazer para evitar ou amenizar o surgimento delas? Recomenda-se hidratação intensa da pele com loções hidratantes, bastante ingestão hídrica e evitar ganhos abruptos de peso.
E os tratamentos funcionam? As estrias são lesões cicatriciais, portanto, não há um procedimento que faça a pele voltar totalmente ao que era antes. Os tratamentos visam melhorar o aspecto das lesões, diminuindo a sua evidência e melhorando a autoestima do paciente. O principal objetivo das diferentes técnicas é estimular a formação de tecido colágeno nas estrias, a fim de torná-las o mais semelhante possível à pele normal ao redor. Geralmente, são utilizadas técnicas combinadas.
Porém, é importante saber que os resultados mais satisfatórios são aqueles em que se consegue uma sintonia perfeita entre a escolha dos métodos disponíveis e o tipo de pele, objetivando sempre melhorar a autoestima, já que tudo o que incomoda o paciente deve ser respeitado.
Tratamentos mais usados
Ácidos: em baixa concentração para uso tópico domiciliar (cremes) ou em alta concentração para utilização em consultório dermatológico (peelings), visam estimular a formação de tecido colágeno e melhorar a textura da pele, auxiliando o aspecto das estrias. Pode haver descamação e vermelhidão. A concentração ideal para cada caso depende do tipo de pele. Após o procedimento, deve-se evitar a exposição solar.
Dermoabrasão: é feito um “lixamento” das estrias para estimular a formação de colágeno e para regularizar a superfície da pele, ficando mais semelhante à pele ao redor.
Carboxiterapia aquecida: infusão de gás carbônico (CO²) na pele, tendo como resultado o efeito Bohr (liberação de oxigênio para o local onde foi injetado o gás carbônico, com melhora da oxigenação tecidual) e um processo inflamatório cicatricial, com produção de colágeno.
Intradermoterapia: injeção de substâncias ao longo das estrias, que estimulam a formação de colágeno nas áreas onde as fibras se degeneraram. A própria puntura da agulha provoca um estímulo.
Eletrolifting: realização de várias punturas através de uma microagulha acoplada a um aparelho de corrente galvânica, a fim de produzir um processo inflamatório cicatricial, que também tem como objetivo a produção de novas fibras de colágeno.
Laser CO² fracionado: é o método mais eficaz na produção de novos colágenos, com diminuição do tamanho das estrias recentes ou antigas, tanto na profundidade como na largura. O tratamento das estrias deu um salto em relação à satisfação dos resultados com o início da sua aplicação, mas deve-se ter cuidado com peles mais morenas.
*Membro da Academia Brasileira de Dermatologia, da Sociedade Brasileira de Laser em Medicina e Cirurgia e diretora administrativa da Clínica Yaga Laser & Cosmiatria – [email protected].