Boa-nova para os amantes de carros clássicos
Com pouco mais de um ano de criação, o Vintage Motors Club, em Betim, recebeu, em agosto, autorização da Federação Brasileira de Veículos Antigos (FBVA) para emitir certificação para a placa preta
Sara Lira
Quem vê um carro com placa preta e escritos de cor cinza na rua pode até estranhar. Mas esse veículo possui um valor inestimável – e não é apenas financeiro. Automóveis com esse tipo de identificação são clássicos, possuem mais de 30 anos e mantêm suas características originais. Para se obter o registro, é necessário passar pela avaliação de um clube associado à Federação Brasileira de Veículos Antigos (FBVA).
E Betim já possui uma entidade certificadora. Desde o dia 10 de agosto, o Vintage Motors Club passou a ter autorização da instituição para emitir a placa preta. Segundo a federação, o Vintage é um dos únicos de Minas Gerais habilitados para conceder esse benefício.
Para solicitar a placa, o proprietário do veículo deve seguir duas etapas. A primeira é procurar um clube de colecionadores credenciado pela FVBA a emitir o laudo chamado Certificado de Originalidade. Após a aprovação, ele deve levar o documento ao Departamento de Trânsito (Detran) de sua região para solicitar a autorização da placa preta.
No Vintage Motors Club, os associados se organizam para realizar as vistorias de veículos de acordo com as regras e orientações da FBVA. Segundo informações da entidade, o veículo deve passar regularmente por avaliações e, no caso daqueles que utilizam a placa preta, garantir o Certificado de Originalidade.
História
A ideia de conceber o Vintage surgiu em 2014, quando três amigos pensaram em fundar um clube onde pudessem agregar valores antigomobilistas e motociclistas para, juntos, somarem esforços no sentido de preservar veículos antigos, motos e projetos ligados ao tema. É o que explica o vice-presidente Charles Andreé Joseph de Pádua. “Alugamos uma sede, onde montamos uma oficina e iniciamos alguns projetos. Em meados de dezembro de 2015, tivemos a alegria de contarmos com mais amigos para compor a categoria de sócios-fundadores. A partir de então, o Vintage cresceu. Somamos diferenças e qualidades, e vimos o clube ganhar corpo e organização”, conta.
Além de emitir autorização da placa prata e reunir paixões, o grupo realiza reuniões sociais e eventos internos para compartilhar experiências sobre os carros e discutir projetos da associação. Além disso, a equipe promove eventos beneficentes. O mais recente deles ocorreu no dia 13 de agosto, quando o Vintage organizou a 1º Expo Clássicos & Harleys, no Partage Shopping Betim, com o objetivo de ajudar a Organização Regional de Combate ao Câncer (Orcca) a conseguir recursos para a construção do Hospital de Combate ao Câncer na cidade.
Memória
De carros a motos, os veículos de propriedade dos associados são relíquias da história automobilística brasileira. Um dos associados é Djalma Altran, 40, que também é diretor do clube. Há um bom tempo, ele nutre esse amor pelos carros antigos. A primeira aquisição, um Jeep Willys 1969, foi em 2008. Depois, ele teve que se desfazer da “joia”. Mas a compra de um Fusca por seu pai reacendeu em Djalma o desejo de ter um antigo novamente. “Logo depois, comprei meu primeiro Opala. Hoje, em casa, somos apaixonados por veículos antigos e ajudamos a cuidar dos carros”, afirma.
Para ele, participar do grupo vai além de compartilhar a paixão pelos modelos antigos. É também uma forma de fazer amizades com gostos em comum e a realização de um sonho. “Sempre vi a organização dos clubes da capital e sonhava com isso na nossa cidade”, revela.
Para Charles de Pádua, reunir proprietários de carros antigos e promover eventos relacionados ao tema estimula e mantém a cultura de colecionar e preservar a história automobilística. “Ser proprietário de um veículo antigo é ter a oportunidade de manter viva a memória de um tempo que não volta mais”, ressalta Pádua, que possui uma moto da marca Harley Davidson e planeja importar um Ford Mustang 1971.
A associação ao Vintage ocorre com a indicação dos atuais sócios e a aceitação de 100% do corpo societário.