Coloridos, saborosos e... vegetarianos

Evento gastronômico VegExperience desafiou chefs e cozinheiros de restaurantes da capital mineira a prepararem pratos vegetarianos e veganos de forma criativa. O resultado? Uma variedade de sabores, texturas e gostos que agradou até mesmo a quem não é

Criado em 11 de Maio de 2017 Paladar
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Você que é adepto do vegetarianismo ou do veganismo já imaginou um dia poder sair de casa e encontrar com facilidade um monte de opções vegetarianas e veganas nas vitrines e sobre as mesas de estabelecimentos? A ideia outrora utópica foi colocada em prática neste mês de abril, em Belo Horizonte. O I VegExperience contou com a participação de 22 estabelecimentos e atraiu centenas de pessoas.

Idealizadora do evento, a publicitária Débora Campos conta que o objetivo do VegExperience foi abrir um novo mundo de possibilidades. “Sou vegetariana há 11 anos. Com a correria do dia a dia, nem sempre temos tempo para cozinhar todas as refeições em casa, e, por outro lado, é muito difícil encontrar esse tipo de comida em restaurantes ou lanchonetes. Pensando exatamente na escassez, no preconceito que ainda existe em relação a esse estilo de vida e na falta de conhecimento sobre esses alimentos, tive a iniciativa de organizar o festival gastronômico vegetariano e vegano. Mais de mil pessoas acessaram nossa plataforma e gostaram muito”, conta Débora. “O festival integrou e reuniu pessoas. Existem muitas famílias que possuem somente um membro que é vegetariano ou vegano, e, com essa oportunidade, agora há restaurantes com opções para todos. Também ouvi a história de dois amigos em que um come carne e o outro é vegano. Finalmente, eles puderam comer juntos sem muito estresse para os dois lados”, orgulha-se Débora Campos, que escreve para o blog Viverdequê?. Em um ano, a plataforma recebeu mais de 1 milhão de acessos.

Um dos restaurantes que entraram no circuito – e que já se preocupava com o público vegetariano e vegano desde 2012, ano em que abriu as portas – é o Est Est Est., no bairro Funcionários, região Centro-Sul de Belo Horizonte. “Acreditamos que o público vegetariano e vegano tem crescido muito, mas ainda encontra poucas alternativas de restaurantes em BH. Essas pessoas acabam ficando presas às opções de casas especialistas nesse segmento. A nossa não é exclusiva para esse público, mas a tradição gastronômica italiana tem muitos pratos feitos apenas com vegetais, parte fundamental da dieta mediterrânea”, conta o empresário Henrique Passini, de 37 anos. Inclusive, pouco antes de começar o festival, sentimos a necessidade de termos uma sobremesa vegana. Foi uma coincidência com o início do VegExperience. Colocamos no cardápio, então, uma pera ao vinho, servida com sorvete vegano, da sorveteria Goccia di Latte, e a aceitação tem sido muito boa, pois o item atende tanto a veganos quanto a outros clientes”, completa Passini. E por lá não são só as sobremesas que caíram no gosto do público. “A aceitação de nossos pratos veganos e vegetarianos sempre foi muito grande. São alternativas saborosas, o que ajuda a desmistificar a ideia de que comida vegana não pode ser gostosa”, completa.

A idealizadora do evento já visa a outras edições. “Essa foi a primeira edição de muitas outras! Foi gratificante lançar esse desafio. Descobri na capital mineira chefs de cozinha criativos e com uma competência impressionante. Era até engraçado. Eles me ligavam e perguntavam: Pode usar gelatina? Pode usar fermento? Pode isso? Pode aquilo? Foi uma oportunidade ímpar ter esse contato com eles”, destaca Débora.

A empresária Bárbara Lima, formada em gastronomia, conta que ficou surpresa com a criatividade dos pratos. “Eu moro em Ouro Preto. Não sou vegetariana, mas em abril fui à capital e aproveitei para conhecer a proposta do evento. Visitei alguns restaurantes e adorei a criatividade e a inovação, principalmente, dos pratos veganos. Acho que essa é uma porta que propõe a quebra de paradigmas acerca do desconhecido, como é o caso de pratos preparados sem produtos de origem animal. As pessoas acreditam que eles são necessariamente ruins, mas, ao contrário, são muito saborosos”, afirma.

Malloreddus Primavera (restaurante Est Est Est)

A massa é típica da Sardenha, e seu nome significa “Gnocchetti Sardi”, ou “enhoques sardos”

MASSA

Ingredientes:

100 g de farinha de sêmola

50 ml de água morna

1 g de açafrão em pó

Sal a gosto

Preparo:

Misture a farinha e a água, trabalhando a massa até obter uma estrutura firme, mas não dura. Deixe descansar com papel-filme fora da geladeira por meia hora. Faça pequenas bolinhas do tamanho de grão-de-bico e amasse com o polegar em uma esteira rajada, formando pequenas conchas. Cozinhe por 2 a 3 minutos em água salgada fervente.

MOLHO

Ingredientes

30 g de manteiga sem sal

10 g de cebola picada

50 ml de vinho branco

100 ml de creme de leite fresco

Sal, pimenta-do-reino e salsinha a gosto

1 g de açafrão

20 g de abobrinha em pedaços grandes

20 g de berinjela em pedaços grandes

20 g de tomatinho em pedaços grandes

20 g de pimentões coloridos em pedaços grandes

20 g de cebola em pedaços grandes

(ou qualquer outro legume que tiver em casa)

Preparo:

Em uma frigideira, puxe a cebola picada na manteiga e acrescente o açafrão em pó. Adicione o vinho branco, mexendo sempre o fundo até evaporar o álcool. Acrescente o creme de leite, o sal e a pimenta-do-reino. Toste os legumes numa grelha ou numa frigideira bem quente à parte. Misture a massa cozida ao molho, salteando bem. Finalize colocando os legumes tostados sobre a massa e salsinha picada.




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