Brou passou a contar, neste ano, com o apoio da Mais para continuar ajudando quem precisa e servindo de exemplo para todas as pessoas. Fotos: Divulgação
Tiago Drews Elias, o Brou, é um exemplo de atleta; além das conquistas no mountain bike, ele financia outros desportistas e incentiva milhares de pessoas, através de posts na web, a terem uma via mais saudável
Paulo Galvão
ESPORTE FAZ BEM AO CORPO, à mente e também aos outros. Ao menos no caso do educador físico e empresário Tiago Drews Elias, o Brou, 37, que tem inspirado muitas pessoas com suas conquistas no mountain bike e, mais recentemente, com vídeos postados em redes sociais, alcançando, alcançando a marca de incríveis 100 mil visualizações. Para completar, ele banca uma equipe de outros dez ciclistas, que não teriam condições de competir se não fosse o seu apoio, o que o torna bastante querido entre os desportistas de todo o Brasil.
“Pago inscrições nas provas, transporte, hospedagem. Não sei explicar de onde vem isso, mas gosto de ajudar. No ano passado, por exemplo, doei duas bicicletas para atletas que não tinham como desembolsar R$ 3.000 e R$ 5.000, respectivamente”, relata Brou, que passou a contar, neste ano, com o apoio da revista Mais para continuar ajudando quem precisa e servindo de exemplo para todas as pessoas.
Ele estima gastar cerca de R$ 4.000 por mês para manter a Brou Cannondale Team e, para isso, desdobra-se à frente da academia e de uma farmácia de sua propriedade, sem deixar de encontrar tempo para manter as formas física e técnica. Em um dia normal, a labuta começa às 5h30, como instrutor de musculação. Depois de uma rápida pausa para o almoço, ele vai para trás do balcão da farmácia, que funciona no mesmo prédio, na região noroeste de Belo Horizonte, onde fica das 12h às 14h. A partir de então, tem cerca de quatro horas para treinar, voltando às 18h a se dedicar 53à venda de medicamentos e produtos. Às 19h, dá aulas de spinning, retornando, depois das 20h, para a farmácia, onde fica até encerrar o expediente, às 21h15. “Não é fácil conciliar, pois, enquanto outros atletas alternam treinos com descanso, trabalho praticamente o tempo todo em pé”, destaca o multi-homem, sem, em nenhum momento, mostrar arrependimento da escolha feita. “Se os governos soubessem trabalhar a educação por meio do esporte, o Brasil seria outro. Procuro apenas fazer a minha parte”.
Nos fins de semana, quando a maior parte das pessoas aproveita para relaxar, ele segue em ritmo intenso. Quase todos os domingos são dedicados a provas, que, somente em 2014, somaram nada menos que 42. “Sou fominha”, admite o atleta, para quem o mountain bike é uma modalidade “viciante”.
O trabalho vem sendo reconhecido. Além das próprias vitórias e das de outros integrantes da equipe, ele também tem sido exemplo para pessoas que nem conhece. Graças à facilidade da internet, os vídeos postados, inicialmente de forma despretensiosa, tomaram proporções que nem ele mesmo esperava, “viralizando” na rede. “Muita gente aparece no meu perfil agradecendo, dizendo que eu as estou motivando, mas a verdade é que sou eu que ganho, pois, a cada comentário, tenho ainda mais certeza de que devo seguir o caminho que tracei”, diz Brou, que usa o próprio celular para filmar os vídeos postados.
INCENTIVO PATERNO
Esse caminho, aliás, é longo, pois começou graças ao incentivo do pai, Vavá, num período em que o mountain bike praticamente inexistia em Minas Gerais. “Eu tinha 10 anos quando meu pai me levava para acampar na Serra do Cipó, incentivando-me a fazer trilha. Muitos o chamavam de doido, mas ele era um visionário; assim, ao lado de meu irmão, José Elias, eu praticava esportes em contato com a natureza”, recorda Brou, que também já fez trilhas de moto e participa de corridas de aventura, as quais, além do ciclismo, contam com corrida e canoagem. “É meu esporte predileto, pois é completo, exigindo bastante. Felizmente, meu corpo está preparado”.
Com o apoio da Mais, Brou pretende dar ainda mais condições aos atletas de sua equipe de conquistarem o degrau mais alto dos pódios daqui para frente. Um deles, Athos, não tem um dos braços, mas nem por isso deixa de obter bons resultados. “Ele faz descidas muito técnicas, é um exemplo”, afirma o educador físico, que, agora, pode pagar bonificações aos esportistas por resultados alcançados. “Você não tem ideia de como isso é importante para uma pessoa que não possui muitos recursos”, diz.
E, para quem ainda não tem certeza se busca no esporte o fortalecimento físico e mental, Brou deixa sua mensagem: “As pessoas devem acreditar em seus sonhos, buscar a realização de seus objetivos. É preciso superação, ultrapassar seus limites a cada dia; é isso que procuro mostrar. Ninguém quer ser feio”.