Adrenalina nas ladeiras
Drift Trike
Fotos: Rômulo Ozólio
Os trikes são uma espécie de evolução híbrida dos carrinhos de rolimã, misturados com frente das bicicletas de BMX e rodas de kart ou PVC. A ideia da modalidade é descer ladeiras íngremes em altas velocidades, ou praticar o drifting (técnica que consiste em deslizar nas curvas, deixando a parte traseira “escapar”) e os giros no próprio eixo. Dependendo da descida, os trikes podem atingir mais de 70 km/h.
Em Betim, o esporte vem ganhando adeptos há cerca de um ano, e já são dezenas de praticantes se jogando ladeira abaixo em busca de adrenalina e diversão. O principal ponto de encontro dessa turma é no bairro Guarujá Mansões, que oferece grande número de descidas.
retas e em curva, além de ainda ser pouco habitado, o que reduz significativamente a quantidade de veículos e pedestres nas ruas, favorecendo ainda mais a prática do esporte no local.
Um dos pioneiros em Betim, o empresário Rodrigo Lobo, 33, conheceu o trike pela internet. “Comecei há pouco mais de um ano depois de ver alguns vídeos na internet e logo me interessei em começar a praticar. Para mim, o mais empolgante é a adrenalina que o esporte proporciona, com as manobras e a velocidade que atingimos”, destaca.
Como envolve altas velocidades, o trike pode ser, sim, considerado um esporte de alto risco, por isso, a importância de os praticantes darem atenção especial aos itens de segurança, que chegam a custar quase o mesmo valor do próprio veículo, como explica o técnico em eletrônica Antônio Alves Cruz, 33. “Para se montar um bom trike, o investimento fica na casa dos R$ 800, enquanto os equipamentos de segurança exigem mais uns R$ 700”, afirma.
O quesito segurança, inclusive, é um dos aspectos mais importantes para os praticantes da modalidade. Para segurança dos pilotos, é importante o uso de capacete, luvas, protetor de joelhos, pernas, cotovelos e antebraços, além de um calçado adequado. Que o diga o autônomo Jonathan Silva, 30. Morador de Juatuba, ele vem a Betim pelo menos duas vezes para praticar e já sofreu com alguns acidentes. “Já sofri algumas quedas em alta velocidade, e todo acidente, por mais simples que seja, é sempre bem dolorido”, afirma.
COMPETIÇÕES
Com o aumento do número de adeptos no país nos últimos anos, as competições de trike estão se tornando mais comuns, e os praticantes de Betim já começam a se arriscar nas ladeiras Brasil afora. As disputas são realizadas em duas categorias, basicamente: slider, em que vence quem percorrer o circuito no menor tempo; e drifting, em que as manobras e saídas de traseira durante o percurso determinam como vencedor aquele que tiver as notas mais altas.
Recentemente, Antônio Cruz participou de etapas do Campeonato Brasileiro e Mineiro, na modalidade slider, tendo, inclusive, vencido uma das baterias da competição. “É um desafio muito grande participar dessas disputas, já que concorrem pessoas de todo o país, muitas delas mais experientes e com equipamentos melhores. O importante, no fim das contas, é se divertir. Mas, com certeza, pretendo melhorar e disputar títulos da categoria em pouco tempo”, afirma.
Mesmo com o espírito de competição afiado, os praticantes de Betim ainda levam o trike mais como recreação e, para isso, vêm agregando cada dia mais pessoas ao grupo, promovendo a interação e a troca de experiências entre os membros. “Criamos um grupo que hoje se reúne com frequência para andar e se divertir. No começo éramos três ou quatro, hoje já somos quase 15 pessoas”, conta Rodrigo Lobo.
Para apresentar melhor o trike, o grupo conta com uma página no Facebook, o “Betim Drift Trike”, onde são postadas informações sobre campeonatos, compra e venda de acessórios e dicas para novos praticantes. Se você tem coragem e vontade de conhecer um esporte novo, não deixe de passar pelo Guarujá Mansões nos fins de semana. Pode ser o início de uma nova paixão, como foi para muitos desses guerreiros das ladeiras de Betim.