Agora é pedalar em ritmo pulsante
Essa é a proposta do ciclismo indoor, atividade física que virou febre em academias e reúne centenas de pessoas em aulões que mais parecem festas regadas a muita energia
Sara Lira
Uma modalidade esportiva tem chamado a atenção de quem curte praticar atividade física: o ciclismo indoor, um treinamento em bicicleta em ambiente fechado. Parece o antigo spinning, mas é diferente porque a nova prática usa técnicas mais elaboradas, que acompanham as batidas musicais, seguindo a rotação do trecho simulado. Além disso, a aula é moldada conforme a necessidade e o nível da turma, como explica a professora de ciclismo indoor Adnara Bruno Siqueira, de 32 anos.
“Temos uma preocupação com a música e com o tipo de treinamento. O ciclismo indoor não busca só o desenvolvimento físico, mas também o equilíbrio da mente, do corpo e do espírito”, explica a educadora física capacitada pela Ride For Life, que oferece formação para profissionais trabalharem com ciclismo indoor. Ela é a única profissional em Betim com essa especialização.
A atividade gera benefícios como melhora do sistema cardiorrespiratório e da postura, fortalecimento do abdômen e das pernas e, claro, para o emagrecimento - em uma hora de aula, é possível perder cerca de 400 calorias. Esses resultados, Adnara explica, vão variar para cada pessoa e também dependem de uma boa alimentação. “Pensamos no desenvolvimento interno do aluno. Quando ele chega focado em perder calorias, digo para se desconectar, porque isso vai ser o resultado do trabalho”, conta Adnara.
Segundo a professora, não há contraindicações para a prática do ciclismo indoor, e pessoas a partir dos 15 anos podem praticar. Quanto à frequência ideal, ela diz que o aluno “pode fazer até todos os dias se quiser”. “Mas é importante mesclar com a musculação para fortalecer a musculatura, o que ajuda no ciclismo”, salienta.
Adnara Bruno Siqueira é a única educadora física de Betim capacitada para ensinar ciclismo indoor
Aprovado
O ilusionista Evângelos Raftopoulos, de 32 anos, pratica ciclismo indoor três vezes por semana há cerca de dois meses. O início da prática veio após uma mudança de hábitos, que envolveu um estilo de vida mais saudável.
Ele conta que, em pouco, apaixonou-se pelo esporte e já sente os benefícios no corpo e na mente. “Perdi medidas e me sinto mais motivado no dia a dia”, afirma. Ao contrário do que se diz sobre atividade física, que, ao praticá-la, gasta-se energia, na opinião dele, durante as aulas de ciclismo indoor, a pessoa produz energia para fazer outras ações rotineiras. “Não é uma aula entediante, queima bastante calorias e me deixa muito animado”, completa o ilusionista, que faz as aulas com a esposa, Bruna Raftopoulos, de 29 anos.
Já a advogada Kênia Stéphane Cardoso Silva, de 31, procurou o ciclismo indoor há dois anos para aliviar as dores na coluna. Ela pratica o esporte de segunda a sexta-feira e diz que não sofre mais com dor, além de ter conquistado benefícios para a mente após a prática da atividade. “O que mais gosto é o fato de você entrar para a aula e esquecer tudo que está acontecendo lá fora”, frisa.
Modo macro
Anualmente, eventos de ciclismo indoor são promovidos no Estado, reunindo centenas de praticantes da modalidade. Segundo a professora Adnara Siqueira, esses encontros são uma forma de juntar quem gosta de sentir a energia da aula em modo macro. Alguns dos eventos são o Ride Experience e o Bike Theme, ambos em Belo Horizonte, e o Pedal no Cristo, em Pará de Minas, na região Central. “São encontros em que os alunos se socializam, e os professores trocam experiências. É muito bom”, convida Adnara.
Nesses encontrões, é usado o mesmo treinamento já praticado na academia. O último aconteceu no dia 8 de junho, no Clube Chalezinho, o Keep Spinning, que reuniu 146 alunos. Segundo Adnara, 15 professores ministraram as cinco aulas ofertadas – três em cada. Havia também os chamados “professores-sombra”, que ajudam a marcar o ritmo para que os praticantes sigam a cadência de cada música e fiquem com a postura correta. A educadora física Adnara Siqueira conta que, nesse dia, foram ministradas cinco aulas temáticas, cada uma relacionada a um continente do planeta e durando uma hora.