BRONZEAMENTO COM FITA: O NOVO MODISMO DO VERÃO
Recentemente, uma nova moda de verão – o famoso bronzeamento “natural” com fita adesiva e parafina – se espalhou entre as brasileiras, trazendo muitas pacientes com dúvidas a meu consultório. A “nova” técnica promete um bronzeado duradouro e sem riscos. Será?
O método consiste em colar na pele uma fita isolante ou um esparadrapo como se fosse um biquíni e aplicar parafina sobre a pele, a qual faz o papel de um bronzeador, acelerando a produção de melanina diante da radiação solar.
A melanina é o pigmento responsável pela cor da pele. A colagem da fita faz com que o bronzeado fique mais visível e crie um contraste entre a parte bronzeada e a que está coberta, livre da radiação solar.
Para que essa técnica traga os resultados esperados, as mulheres precisam ficar expostas ao sol por cerca de uma a duas horas. Ainda que seja feita em horários em que a radiação UVB é menor, entre 10 e 16h, a alta exposição ao sol é perigosa em qualquer hora do dia, pois a radiação UVA também aumenta consideravelmente o risco de insolação, desidratação, queimaduras e câncer de pele, além de acelerar o fotoenvelhecimento cutâneo. Os riscos aumentam nas peles mais claras de fototipos 1 e 2, que são as mais sensíveis à radiação, aquelas que ficam apenas vermelhas pela queimadura solar e não se bronzeiam. Além dos danos solares, as fitas utilizadas podem causar dermatite de contato alérgica ou irritação ao serem removidas.
É importante compreender que, para se bronzear, não é preciso se queimar. Mas como adquirir um bronzeado mais seguro, sem queimaduras ou riscos? Devemos saber que o bronzeado só vai começar a aparecer 48 horas após a primeira exposição solar. Esse é o tempo necessário para que a melanina seja produzida e liberada pelas células. É um processo gradual. Portanto, não adianta exagerar no sol para tentar apressá-lo. O ideal é se expor a ele por volta das 9h, por cerca 20 minutos, aplicando generosamente o protetor solar, sempre com FPS 15 ou maior.
Lembre-se de que o protetor leva de 20 a 30 minutos para atingir sua proteção máxima e de que, mesmo com filtro solar, uma parte da radiação ultravioleta está atingindo sua pele e estimulando o bronzeamento.
Mas, em relação à peles claras de fototipos 1 e 2, não adianta insistir. Nesses casos, deve-se pensar no uso dos autobronzeadores, que independem da resposta da pele à exposição solar. São cremes, loções ou sprays à base de dihidroxiacetona (DHA), substância que provoca uma reação química na pele, escurecendo-a e conferindo uma cor semelhante à do bronzeamento. A DHA não estimula a produção da melanina, apenas reage, colorindo a pele. Não causa mal algum, a não ser naqueles que tenham alergia ao produto. A reaplicação depende do tipo escolhido e deve ocorrer em intervalos que variam de 3 a 15 dias para se manter a cor desejada. Os autobronzeadores não devem, entretanto, ser confundidos com protetores solares, pois a coloração resultante de seu uso não confere proteção contra o sol. Produtos de boa qualidade não mancham a roupa.
Agora que você já sabe a diferença entre queimadura solar, bronzeamento e autobronzeamento, pode decidir como quer tratar sua pele no verão!
Dra. Adriana Lemos CRM 32011 | Membro da Academia Brasileira de Dermatologia e da Sociedade Brasileira de Laser em Medicina e Cirurgia | Diretora Clínica e Administrativa da Clínica Yaga - Saúde, Beleza e Bem-Estar | adrianalemos.com | @dra.adrianalemos | [email protected] | yaga.com.br | @clinicayaga