Dudu, mas da Rádio Liberdade

Dudu Grafitte

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Criado em 13 de Agosto de 2014 Talento

Dudu lembra com carinho os tempos em que passava na Rádio Liberdade, emissora em que ele, além de locutor, foi operador e até chegou a morar em um quartinho improvisado.

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Atleticano roxo, esse famoso radialista mineiro, conhecido por comandar o programa “Graffite”, da 98 FM, iniciou sua carreira de sucesso bem aqui, em Betim

Lisley Alvarenga

TODO MINEIRO QUE SE PREZE, seja ele um amante do rádio, do teatro ou mesmo um torcedor atleticano, certamente já ouviu falar de Luiz Eduardo Schechtel, o Dudu Graffite – talentoso e irreverente radialis­ta conhecido em todo o Estado pelo su­cesso que faz há mais de dez anos no co­mando do programa “Graffite”, da Rádio 98 FM, e pela paixão pelo time do Galo. Contudo, o que a grande maioria dessas pessoas não sabe é que esse ator, apresen­tador, músico e humorista também tem uma estreita relação com Betim, cidade onde morou por cinco anos e onde come­çou sua carreira no ramo da comunicação.

“Quando eu era criança, minha mãe teve sérios problemas com meu pai. Por isso, tivemos de fugir de casa, sem avisar a ninguém para onde iríamos. Foi uma situação tão difícil que só fui conhecê-lo 34 anos depois. Por causa disso, nós nos mudamos para Betim. Morei no bairro An­gola até meus 5 anos. Vivia lá com uma fa­mília que tomava conta de mim enquanto minha mãe, uma mulher extremamente guerreira, trabalhava em Belo Horizonte. Nessa época, eu só a via nos fins de sema­na”, recorda Dudu.

Já na adolescência e morando em Contagem, ele continuou tendo um forte vínculo com Betim. Apaixonado por rádio e com o sonho de se tornar locutor, to­dos os dias, depois das aulas, ele pegava o ônibus e vinha para a cidade passar o dia na antiga sede da Rádio Liberdade FM, localizada na região Central do município. “Minha mãe até reclamava de tanto que eu ia para lá. Passava o dia inteiro na emis­sora. Queria mostrar para todos que meu desejo era trabalhar com comunicação. Cheguei a ser operador na rádio e até a morar em um quartinho improvisado lá, quando passei por problemas pessoais. Lembro com muito carinho dessa época e de tudo o que eles fizeram por mim. Até comida eles me davam”, recorda.

DESPERTAR DO RADIALISTA

Cerca de um ano e meio depois de tanta persistência e dedicação, Dudu, finalmen­te, conseguiu fazer uma pequena partici­pação como locutor na emissora, em 1987. “Todos os locutores de lá gravavam comer­ciais para a rádio, mas a voz deles já estava saturada. Então, o Luiz Cristofoli, diretor da emissora na época, me convidou para gravar um dos comerciais. Editaram e co­locaram no ar. Fiquei emocionado”, revela. “O Luiz também apresentava, nessa época, um programa de rock na rádio, que, nos seus primeiros anos, não tinha uma pro­gramação voltada para a música sertaneja. O programa se chamava “Metal Massacre”. Um dia, ele disse que queria passá-lo para mim, já que sabia que eu gostava muito de rock. Cheguei a fazer dois programas, mas, como eu não tinha registro profissional, os proprietários da rádio ficaram preocu­pados com essa situação. Foi aí que veio a minha primeira frustração. Tive de sair do ar. Fiquei chateado, mas, mesmo assim, continuava a ir à rádio”, afirma o radialis­ta, ao ressaltar que o rádio foi, é, e sempre será o melhor amigo e companheiro que as pessoas podem ter. “Se você estiver no meio do nada, você não vai conseguir acessar a internet do seu celular ou ver te­levisão, mas, com certeza, vai poder ouvir um programa de rádio.”

Em 1988, os proprietários da Rádio Li­berdade registraram a carteira de trabalho de Dudu e, um ano depois, ele conseguiu seu registro profissional. “Por tudo isso, tenho uma imensa gratidão pelo Ronaldo, Marcelo, Tonho Lapinha, enfim, por toda a família Lapinha.” Assim que assumiu o comando do “Metal Massacre”, Dudu re­paginou toda a sua programação. “Alterei a forma que o programa era feito: passei de gravado para ao vivo. Foi uma época muito bacana e de muito aprendizado. Eu levava as pessoas ao estúdio para serem entrevistadas e, em uma ocasião, o locu­tor que ia apresentar depois de mim não foi. Aí, o Luiz me ligou e me mandou en­trar na programação. Fiz a locução e me saí bem. Tudo que faço na minha vida é muito intenso, com amor e muita dedica­ção”, salienta o artista.

ALÇANDO NOVOS ARES

Ainda em 1989, o talento de Dudu des­pertou o interesse de outras emissoras e ele acabou sendo convidado para ser lo­cutor na Rádio Terra. “Recebi o convite do diretor da lá na época. A emissora tinha uma programação voltada para o rock. Foi um momento muito difícil para mim. Eu não queria sair da Liberdade. Mas, como eles sabiam que essa mudança me possi­bilitaria um grande crescimento profissio­nal, me incentivaram a aceitar o convite”, salienta.

A partir daí, Dudu, que nos anos 1980 e 1990 também ficou conhecido por ser vocalista da famosa banda rock Easy Rider, passou por várias emissoras, dei­xando sua voz forte e marcante tornar-se conhecida pelos ouvintes mineiros. Dois anos depois de atuar na Rádio Terra, ele foi trabalhar na Rádio Transamérica, como produtor e locutor.

PROGRAMA GRAFFITE

A relação com o programa “Graffite”, na época, da Rádio Extra FM, começou apenas em 1994. Foi nesse ano que Dudu assumiu a produção e a apresentação des­se famoso programa que, mais tarde, se­ria associado ao seu próprio nome. Já em 1997, o radialista marcou presença com seu carisma e sua irreverência na Jovem Pan, apresentando e produzindo o pro­grama “Amolação”.

Sua estreia nas telinhas se deu na TV Horizonte, com o “Programa Tribo”, tam­bém em 1997. Três anos depois, ele este­ve à frente, mais uma vez, do programa “Graffite”, só que, desta vez, na Rádio Transamérica, onde ele ficou durante cer­ca de um ano. Ao mesmo tempo, Dudu apresentava o programa televisivo “De Olho no Vestibular”, na Band Minas. A partir de 2001, foi representante do Clube Atlético Mineiro, na bancada do programa “Alterosa Esporte”. “Atuei lá durante nove anos. Lembro que fui chamado repenti­namente para participar da programação porque o Dadá Maravilha tinha ido para a Rede Globo. Foi um susto enorme. Tinha de honrar e defender a torcida do Galo, meu time de paixão, em um programa de tanta audiência. Ao mesmo tempo, foi um grande desafio”, salienta.

Nesse período, Dudu também ficou conhecido por ter criado o bordão “Galo Doido”, hoje utilizado por toda a massa de torcedores atleticanos. “Sempre digo que não sou torcedor do Atlético, sou atleticano. A minha mãe biológica era cru­zeirense, mas fui muitas vezes ao estádio com minha mãe de criação, que é atleti­cana, para ver o jogo do Galo. Lembro como se fosse ontem o dia em que decidi me tornar atleticano. Minha mãe de cria­ção apontou para o escudo do Atlético e disse: ‘Está vendo aquele escudo ali?’. Eu respondi que ‘sim’ e ela disse: ‘a partir de hoje, você é Galo’”, recorda.

Nessa mesma época, surgiu a proposta de adaptar o “Graffite” para a televisão. Foi uma trajetória de nove anos de mui­to sucesso, risadas e diversão, em que o apresentador fez história ao lado de outros grandes humoristas, como Rodrigo Rodri­gues, Caju e Totonho. Em 2007, Dudu assu­miu a direção artística da Rádio 98 FM, em Belo Horizonte, e, um ano depois, surgiu à ideia de retornar com o antigo “Graffite” em uma nova emissora de rádio.

Outra fase marcante de Dudu foi na MTV Minas, quando levou ao público uma mistura de humor e informação na co­bertura da Copa do Mundo, na África do Sul, em 2010. Em seguida, ele trabalhou na Record Minas, durante dois anos, apre­sentando o programa “Esporte Record”, juntamente com Maíra Lemos, e foi apre­sentador do “Hoje em Dia”, junto com a eterna miss Brasil Natália Guimarães e a jornalista Flávia Scalzo. Atualmente, Dudu permanece no “Graffite” e, como ator, via­ja pelo país contracenando o espetáculo “O Marido da Minha Mulher”. 




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