Ele chegou para ficar

Pollyana Lima

Quem gosta de mexer o corpo e está sempre atrás de novidades não pode ficar fora da nova sensação do momento: o pole dance. A atividade, uma mescla de dança e de esporte, caiu no gosto das brasileiras e, além de aumentar a autoestima, ajuda a melhorar a forma física e a saúde das praticantes.

A dança acontece em torno de uma barra vertical de metal, onde são realizados movimentos livres, dança contemporânea, ginástica olímpica e balé, podendo esses exercícios serem trabalhados de maneira sensual ou acrobática.

O pole dance tem em torno de 300 movimentos e combinações diferentes, proporcionando força, equilíbrio e flexibilidade às praticantes. Ele trabalha toda musculatura do corpo, tonificando braços, pernas, abdômen, glúteos, além de proporcionar às dançarinas maior resistência física, força muscular e queima de calorias, fazendo com que elas se sintam mais confiantes e elevem sua autoestima e disposição.

A auxiliar de fisioterapia Cristiane Damazzio, 26, começou a praticar a dança há cinco meses e diz que o pole dance melhorou sua autoestima e eliminou alguns quilinhos a mais. “Estou adorando as aulas, mas ainda existe muito preconceito. As pessoas veem o pole dance como uma dança vulgar, o que não é verdade. Além de dança, ele é uma atividade física que define o corpo, aumentando a massa muscular”, explica Cristiane. “Fico feliz por poder praticá-lo com o apoio do meu marido, que acha o máximo”, acrescenta.

De acordo com a professora de dança formada em educação física Thamyris Galantini, 23, essa modalidade, que mistura dança e esporte, traz grandes benefícios para a saúde. “O pole aumenta a capacidade aeróbica, emagrece, melhora o condicionamento cardiovascular, a libido, a autoestima, o sono e diminui o estresse”, afirma Thamyris.

Professora de dança formada em educação física, Thamyris Galantini, diz que a modalidade aumenta a capacidade aeróbica, emagrece e melhora a autoestima

Indicações

Segundo a professora, qualquer pessoa pode praticar a dança, menos aquelas que têm problemas na articulação, e os casos comuns, como pós-operatórios e gestantes que não praticavam esportes antes da gravidez. “Lembrando que é sempre bom fazer um exame médico antes de começar algum exercício físico”, reforça.

A empresária e professora de dança Rônia de Souza, 46, trouxe o pole dance para sua academia há três anos e está muito feliz com a procura pelas aulas. “Apesar de pessoas mais novas também poderem praticar o pole dance, optei em liberar a aula apenas para maiores de 18 anos. As exceções são aquelas adolescentes que vêm acompanhadas pelos responsáveis. Como a dança também é utilizada para a sedução, achei melhor não misturar adultos com menores de idade, assim, fica mais fácil de trabalhar com a turma”, explica.

Thamyris explica que o tempo de aprendizagem depende do preparo físico da aluna, pois a atividade exige muita força nos braços. “Contorcionistas e alguns atletas conseguem fazer muitas coisas já na primeira aula, mas, na maioria dos casos, é preciso muito treinamento, e a força é adquirida gradativamente”, conta.

A aluna Luciana Silva é uma das adeptas ao pole dance

Competições

Atualmente, já existem campeonatos de pole dance em alguns Estados brasileiros, como Rio de Janeiro e São Paulo. A maioria dessas competições ainda está em fase de estruturação e profissionalização, ao mesmo tempo que uma comunidade mundial luta para conquistar o reconhecimento do pole dance como esporte.

Esses eventos estão sendo regularizados, têm normas de vestimenta adequada e são focados no atletismo e na coreografia, em vez do erotismo e da sexualidade. Dessa forma, os adeptos dessa modalidade têm conseguido distanciar essa prática das danças realizadas em casas noturnas.

A gerente de projetos Margareth Silva, 31, pratica o pole dance há um ano e até comprou uma barra de metal para treinar em sua residência. “Optei pelo pole dance, principalmente, pelos benefícios abdominais que ele traz. Acabei me encantando pelas aulas, que são sempre diferentes e fogem da monotonia”, revela. Margareth, que treina todas as manhãs, diz ainda que a atividade aumentou sua disposição, resistência física e a autoestima.

Fotos: Deivisson Fernandes