Em busca de segurança

Com o aumento da criminalidade no município, betinenses investem em formas de garantir a integridade dos bens e a proteção e tranquilidade de seus familiares

Renata Nunes

MUROS ALTOS, trancas e alarmes não têm sido mais suficientes para inibir a ação dos bandidos que rondam as residências dos betinenses. Segundo dados divulga­dos pela Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), o número de crimes violen­tos contra o patrimônio – que considera as ocorrências referentes a roubo consu­mado e extorsão mediante sequestro –, de janeiro a abril de 2014, cresceu 30% em Betim, em comparação ao mesmo período do ano passado. Durante esses quatro meses, em 2013, foram registradas 1.060 ocorrências dessa modalidade de crime, contra 1.385 contabilizados agora.

Diante da falta de segurança, cada vez mais pessoas investem em sistemas de segurança para tentar se proteger, um mercado que cresce, em média, de 19% a 20% ao ano. E, ao contrário do que ocor­ria há alguns anos, não são mais apenas as classes A e B que procuram por servi­ços e equipamentos de segurança. “Hoje não há um perfil determinado de cliente neste mercado. Isso porque os valores ca­íram muito e, atualmente, todos podem ter bons sistemas de segurança eletrôni­ca”, afirma o diretor da Portal Sistemas de Segurança, Eduardo Herendi.

Para conquistar a confiança desses clientes, empresas do ramo investem em equipamentos de ponta, que buscam ga­rantir mais tranquilidade aos consumido­res. Para monitorar casas e apartamentos, Eduardo explica que a Portal, por exem­plo, oferece modernos sistemas e equipa­mentos, como as centrais de alarme com­putadorizadas, que fazem a varredura do imóvel do cliente. “Se ocorrer qualquer anormalidade, esse sistema informa ime­diatamente à central de monitoramento 24 horas. Temos também sistemas de câ­meras de segurança com visão noturna e gravação de imagem 24 horas por dia. São equipamentos importados, os mesmos utilizados em países como Estados Uni­dos, Canadá e Israel”, afirma.

A empresa Forttis também presta ser­viços de videomonitoramento 24 horas, que integra o alarme às imagens. “Fun­ciona com o sensoriamento de alarme. Quando ele capta movimentação, ocorre o disparo da sirene e, automaticamente, as imagens são transmitidas para a central de segurança da Forttis. Aí, o operador vi­sualiza as imagens da área onde o alarme disparou ou todas as imagens do cliente, que são remotamente gravadas”, explica o sócio proprietário da Forttis Segurança Eletrônica, Alex Ferreira. As empresas ofe­recem, ainda, sistemas em que o cliente pode conferir as imagens das câmeras ins­taladas na residência, mesmo se ele não estiver em casa. “Até se o usuário estiver em outro país, ele pode acessar as ima­gens pela internet ou pelo celular”, acres­centa Eduardo Herendi, da Portal.

Para quem deseja ampliar a segurança do imóvel, instalando alarme, por exem­plo, a gestora de marketing da Emive, Lu­ciana Ulhoa, afirma que não é necessário desembolsar uma quantia tão exorbitan­te. “Um kit básico de alarme custa, em média, R$ 1.400, e os serviços de moni­toramento variam entre R$ 200 e R$ 280 por mês”. Já para aqueles que desejam monitorar as imagens, o custo é maior. “O kit básico com quatro câmeras custa, em média, R$ 4 mil”, completa. Na Forttis, o preço da prestação de serviço de moni­toramento remoto de alarme é R$95, por mês. “A mensalidade do videomonitora­mento integrado de alarme e câmeras é de apenas R$160”, acrescenta Alex Ferrei­ra, da Forttis.

CONDOMÍNIOS

Outra opção encontrada por muitas pessoas para tentar viver com mais tran­quilidade é morar em condomínios fecha­dos. “Já fui assaltado quando morava em uma casa e minha sogra deixou de morar em uma residência devido a assaltos. Hoje vivo com minha família em um apar­tamento, mas vamos nos mudar para um condomínio fechado”, afirma o empresá­rio e médico veterinário Bruno Rezende.

Segundo o superintendente comercial da MIP Edificações e responsável pelo condomínio residencial Valle da Serra, em Betim, Glender Zaramella, para assegurar que os moradores do empreendimento não tenham problemas com assaltos e roubos, não foram poupados esforços e investimentos da construtora. “Um gran­de cuidado com a segurança no Valle da Serra foi a construção de um viaduto ex­clusivo para acesso ao condomínio, evi­tando que os condôminos, funcionários e visitantes precisassem aguardar para fazer a transposição da linha férrea e corres­sem o risco de serem assaltados”, expli­ca. “Um consultor especializado também está elaborando um plano de segurança do condomínio, com análise dos pontos vulneráveis e de como dificultar o acesso de bandidos por esses pontos.”

Apesar de muitas pessoas acreditarem que a instalação de aparelhos como câme­ras ou alarmes possa ajudar a intimidar a ação dos ladrões, o consultor especializa­do em criminalidade e segurança pública pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e diretor da Auto Defesa Consul­toria, Arnaldo Conde Filho, salienta que eles são apenas instrumentos para execu­tar atividades de proteção de qualquer ní­vel. “Equipamento é meramente e tão so­mente um complemento. As pessoas são o grande fator de segurança ou da falta dela. A informação pessoal é perigosa, é o ponto inicial para qualquer planejamento de ação contra uma pessoa. Só através do conhe­cimento dos hábitos pessoais e dos locais que a pessoa frequenta é que alguém pode planejar uma ação que venha a prejudicar determinado alvo”, explica. “A recomenda­ção mais importante para evitar assaltos é conhecer o seu ambiente de trabalho, de estudo ou de casa, para, assim, tentar per­ceber quais são os pontos frágeis e procu­rar intervir sobre eles de forma com que se tenha o domínio do espaço que ocupa”, acrescenta.

Orientar os condôminos quanto à uti­lização dos aparelhos é uma das medidas tomadas pelo síndico Henrique Alves para ajudar a evitar furtos e assaltos no condomínio onde ele vive. “Foram reali­zadas várias ações que contribuem para a segurança do condomínio, inclusive, a conscientização dos condôminos com re­lação ao uso correto do sistema e o cuida­do redobrado ao entrar e sair do prédio, sempre verificando os televisores dispo­níveis. Também optamos por substituir os porteiros por sistemas eletrônicos, para aumentar a segurança.” 

SERVIÇO

Algumas empresas de segurança em Betim

Emive Segurança Eletrônica

Rua Rio de Janeiro, 410, centro

(31) 8527.6125

Forttis Segurança Eletrônica

Rua Tapajós, 149, centro

(31) 3531.9947 / 3531.4357

Portal Sistemas de Segurança

Avenida Padre Osório Braga, 548, Jardim Casa Branca

(31) 3544.0044