Em novo compasso

Betinense Dannier Cooper deixa para trás o rock inglês e investe no folk. Estreante como cantor, ele deve lançar EP autoral ainda neste ano e se entusiasma com o recém-lançado videoclipe de 'Sad Song'.

Criado em 07 de Maio de 2019 Música
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Afinado com o sonho de cantar, tocar e fazer disso um meio de vida, o músico betinense Dannier Cooper, de 36 anos, voltou à cena repaginado no fim do ano passado. O nome artístico – que era Dannier Coopertine – mudou, e o estilo também. O antigo guitarrista de banda de rock inglês ressurgiu dando voz ao folk (um tipo de pop country norte-americano), acompanhado de um violão e de um chapéu.
A reviravolta aconteceu após muitos graves e agudos na vida pessoal. Nos últimos anos, Cooper lidou com a incompatibilidade de ideias com outros integrantes de bandas e de duos dos quais fez parte; com a morte do pai, José Batista Lopes, em decorrência de um câncer no intestino; e com o fechamento da própria empresa, que funcionava havia mais de uma década.
Ironicamente, os objetivos começaram a ser novamente alcançados depois que as coisas desafinaram, e ele viu na música a única saída para recomeçar. Na estrada desde 1998, Cooper conta que é a primeira vez que consegue seguir apenas com o “plano A”, como músico profissional e em carreira solo – ou “avulso no mercado”, como ele mesmo se define.

“Com muito medo de tombar para o lado que acabaria com qualquer possibilidade de me reerguer, a única coisa que fiz foi me equilibrar e me defender para não ser mais atingido por outros males, para não agravar as dores que já sentia”, desabafa.
E as mudanças não pararam por aí: o betinense também aderiu a um estilo de vida minimalista. Segundo ele, trata-se de uma reavaliação das prioridades, a fim de se desfazer dos excessos (posses, ideias, relacionamentos e atividades) e de tudo aquilo que não agrega valor à existência.
“Neste momento, o folk, que sempre me apeteceu – não só pela sonoridade, mas pela forma de viver e de se relacionar das pessoas que vivem nessa realidade –, me apareceu como única solução real para sair e enfrentar essa situação adversa com paz e simplicidade”, afirma. “A vibe do chapéu surgiu porque meus dois avôs usavam, e significa muito para mim, além de compor muito [o visual]. E o uso do violão facilitou, porque é mais prático de carregar”, emenda.

Folk para todos

Hoje, ele se apresenta principalmente nas noites belo-horizontinas, com um repertório bem eclético, que vai de Queen a Lady Gaga, sempre em versões folk. A proposta tem agradado e gerado um retorno positivo do público, de acordo com o músico. Para ele, o novo estilo musical, embora seja simples, requer muito sentimento na interpretação, desafio que soou bem na fase atual.
A prova de que está mesmo dando certo veio de um episódio divertido, durante uma apresentação para um grupo de motociclistas. Depois de interpretar uma versão de uma música de Britney Spears, Cooper foi elogiado por um integrante, que relutou em acreditar que se tratava, de fato, de uma canção da cantora pop.
“A música fala de qualquer assunto. O fato de ser da Britney ou do Marilyn Manson não faz diferença para mim, já que a proximidade entre eles é muito grande. O preconceito, geralmente, vem do cantor, do nicho”, avalia.
Com a espiritualidade, a cabeça, o corpo e a musicalidade em harmonia, Cooper vem criando, cada vez mais, uma releitura de si mesmo e se afastando daquele universitário que não concluiu a faculdade de ciências políticas e do homem de baixa autoestima, que tinha vergonha da própria voz.
“Não sou feliz nem triste o tempo todo, mas consigo viver os dois momentos de forma plena e não deixar que um influencie ou atrapalhe o outro e interfira em meu trabalho”, garante.

Novos projetos

Focado no presente e exclusivamente dedicado à música, Cooper trabalha, atualmente, na composição das cinco canções que serão lançadas em um EP previsto para este ano e se entusiasma com a boa aceitação do recém-lançado videoclipe de “Sad Song”, que compôs em homenagem ao pai.
“Recebo 1% do dinheiro que já ganhei em outros momentos, mas meu trabalho e meu estilo de vida, hoje, me dão 1.000% a mais de qualidade de vida para estar com meu filho [Dannier Júnior, de 7 anos] e com outras pessoas que amo. Situação bem diferente de quando eu ganhava só dinheiro. Sinto-me bem, orgulhoso, seguro, em paz e esperançoso de que, logo, logo, terei sucesso verdadeiro”, diz o músico.
Para o futuro, Cooper antecipa que pretende se mudar para São Paulo, para alavancar a carreira e deslanchar antes de completar 40 anos.
 


CONTATOS PARA SHOWS
Telefone: 97116-8422
@danniercooper

 




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