Ícone do funk

MC GUIMÊ

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Criado em 15 de Julho de 2014 Música
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Conhecido por suas músicas que falam de ostentação, Guilherme Aparecido Dantas, o MC Guimê, é a atração especial da casa de shows Caipirão do Lapinha, no dia 16 de julho; em entrevista a Mais, o funkeiro paulista fala sobre a carreira, a relação com os fãs e até as drogas

Como o funk surgiu na sua vida?

Eu gostava muito de rap. O funk en­trou na minha vida quando tinha mais ou menos 16 anos, por causa dos improvisos e das rimas que eu fazia com os amigos. Subi ao palco pela primeira vez quando promovi um evento para apresentar um artista. Com isso, mandei umas rimas com a batida de funk e todos curtiram e come­çaram a me incentivar.

O que é o funk ostentação?

Funk ostentação foi um nome dado pela própria mídia. Nós falamos sobre as aquisições que tivemos através da músi­ca, que estávamos ganhando dinheiro e fazendo várias festas. As letras têm influ­ência dos rappers gringos, que já vinham fazendo esse tipo de letra com a batida do rap, e colocamos no funk. Foi um grito de liberdade, um passaporte para a socieda­de poder valorizar algo que era tão discri­minado no passado.

Você gosta de andar com joias, re­lógios de ouro, carros importados e vive em um apartamento de luxo. Com tanta ostentação, você tem medo de ser alvo de bandidos?

Medo, medo, não tenho, tomamos todas as precauções, como seguran­ça, saber os locais onde iremos. Acho que temos que ter o que desejamos e o medo não pode ser o que vai tirar o direito de ter as coisas.

Existe rivalidade entre o funk pau­lista e o funk de outras regiões do país?

Hoje não mais. Pode ser que no passado tenha existido, mas o funk virou um movimento muito forte. Foi a união que fez com que ele tomasse a proporção que atingiu.

Seu corpo é repleto de tatuagens. Quantas você tem e o que elas sig­nificam para você?

Não sei mais ao certo quantas ta­tuagens tenho. Mas mais ou menos 55% do meu corpo está tatuado, pois uma juntou com a outra. Cada uma tem um significado de um momento, família, mensagens que quero passar ou, simplesmente, é um desenho que eu tinha vontade de fazer. Elas for­mam o visual que sempre quis ter. É um estilo.

Com apenas 21 anos, você é consi­derado um dos ícones do funk osten­tação no país e ganha cerca de R$ 600 mil por mês com seus shows. A fama meteórica, em algum momen­to, subiu a sua cabeça?

De forma alguma. Confesso que tudo aconteceu muito rápido, sim. Mas meus amigos são os mesmos de infância. Procuro manter minhas raízes sempre. Corto o cabelo no mesmo lugar de quando era peque­no, frequento muitos lugares que frequentava antes da fama. Claro que algumas coisas mudam pela seguran­ça e pelo assédio, mas gosto muito de estar e fazer as mesmas coisas que fazia antes, normalmente.

Acredita que ainda existe discrimi­nação no Brasil como relação ao funk? Ele ainda é associado às dro­gas e à libertinagem?

A discriminação diminuiu muito, pois hoje estamos na TV, nos jornais e na mídia em geral. Mas, como em to­dos os gêneros musicais, existe quem gosta e quem não gosta. Acho que todo e qualquer segmento tem que ser respeitado, apesar de não curtir­mos, mas cada um com sua opinião.

É favorável à legalização das dro­gas?

Não levanto bandeira de legaliza­ção. Cada um tem que saber se o que faz é o que lhe faz bem.

Quando você canta, gosta muito de improvisar rimas. Isso é um dom?

Acho que sim. Pois faço isso desde sempre. Não é todo mundo que con­segue, mas curto muito fazer.

O funk abre as portas para a perife­ria?

Não só o funk, mas também o pagode, os jogadores de futebol. A maioria vem da periferia.

Como é sua relação com as fãs? Já se relacionou com alguma?

Tudo o que tenho devo aos meus fãs. Sem eles, eu não seria nada. Acho que pode rolar, sim, pois as fãs são mulheres como outras. Então, se co­nhecer e rolar, por que não, né?

Qual sua expectativa sobre o show em Betim, no Caipirão do Lapinha?

Espero que seja uma boa vibe, que o público curta muito, pois é com o maior carinho que faço meus shows. Espero surpreender a galera, e que todos gostem muito. 




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