Juventude nas pistas de motocross
Uma promessa nas pistas.
Com apenas dois anos de treinos, Éder Pessoa, com 9, já conquistou o vice-campeonato mineiro de MX e o quinto lugar no Arena Cross, na categoria 55cc.
Talentoso, dedicado e, acima de tudo, apaixonado pelo motocross. Esse é Éder Pessoa, um prodígio betinense que, com apenas 9 anos, já é uma das revelações do esporte no país. O piloto mirim que, só
no ano passado, obteve duas grandes conquistas - subiu ao pódio pelo segundo lugar no campeonato mineiro de MX na categoria 55cc, e ficou em quinto lugar no Arena Cross, na mesma categoria - iniciou sua carreira há
apenas dois anos. “Tudo começou como uma brincadeira, um jeito encontrado de passar mais tempo com meu filho. Comprei um quadriciclo e uma moto pequena para ele. Certa ocasião, nós fomos andar em uma pista na cidade de Sabará. Quando
percebi, Éder já estava fazendo manobras radicais com a motocicleta. Foi aí que descobri o talento dele. Não pensei duas vezes. Comprei uma moto profissional e contratei seu primeiro treinador, Carlos Henrique Espínula, o Tubarão. Daí começamos a treinar. Na época, ele tinha apenas 7 anos”, conta Marcos Pessoa, pai de Éder, apaixonado e maior fã do prodígio.
No primeiro ano dos treinos, Éder já demonstrou ser uma promessa nacional. “Ele treinava todas as ter- ças e quintas-feiras. Em 2010, ficou em primeiro lugar em uma corrida regional na cidade de Caeté e em quarto lugar na competição geral do Mineiro. Geralmente, pilotos não conseguem adquirir bons resultados com somente um ano de treino. Ele demonstrou seu talento desde o início, alcançando posições difíceis de conquistar com anos de carreira”, afirma Marcos.
Quem atesta as palavras do pai coruja é o atual treinador de Éder, Alexandre Teles, o Dino. “Além de talentoso, Éder é dedicado. Muitos atletas da idade dele não gostam de treinar. Ele, ao contrário, gosta do que faz, quer ser um campeão. Tenho certeza de que ele é uma das grandes promessas do esporte nacional”, enfatiza Dino, que, ao longo de seus 16 anos de carreira, trabalhou com grandes pilotos, como Guiga e Henrique Ribeiro.
E estar entre os dez melhores do país requer sacrifícios. “Acordo todos os dias às 6h. Depois que chego da escola, já pego meus equipamentos para treinar, almoçando, muitas vezes, dentro do carro, a caminho do treino. Quando volto para casa, por volta das 19h, ainda tenho que fazer meus deveres, estudar para provas da escola. É uma rotina puxa- da, mas eu gosto muito. Vale a pena o sacrifício”, diz Éder.
Mesmo diante de tantas responsabilidades, Éder não deixa a desejar nas notas. Aluno muito comprometido, segundo o pai, ele é adiantado um ano na escola. “Seu aproveitamento escolar é superior a 75% em todas as ma- térias”, conta Marcos.
Em algumas provas regionais do motocross, o piloto vem mostrando que, neste ano, está em busca dos títulos mineiro, brasileiro e Arena Cross, na sua categoria principal. Em 2012, já alcançou a vitória correndo com seu principal adversário no cenário nacional. Em prova disputadíssima, com 12 pilotos, Éder venceu por meia moto de diferença, além de outras disputas em que correram juntos.
MUDANÇAS
Atualmente, o piloto passa por um período de transição. Como está com 9 anos, no próximo ano, terá que deixar a ca- tegoria 50cc (de 5 a 10 anos) e iniciar as competições pela cate- goria 65cc (de 9 a 13). Hoje, além de se preparar para subir de categoria ao participar da Superliga Brasil, Éder tem pela frente muito trabalho, já que vai competir outras provas ao longo do ano, como o campeonato mineiro, o Arena Cross e o campeonato brasileiro júnior pela categoria 50cc. “Optamos por disputar a Superliga na categoria 65cc por ser um campeonato com um nível de pilotagem mais competitivo. Isso vai prepará-lo para a mudança de categoria. Para se ter uma ideia, nessa modalidade, ele já está em oitavo lugar. Dos sete pilotos à frente de Éder, ape- nas um não subirá de categoria. Assim, automaticamente, ele já estará brigando em segundo lugar nas competições da categoria 65cc de 2013”, conta o pai.
FIM DO SONHO
Mas o prodígio que sonha conquistar o Campeonato Mundial de Motocross tem grandes desafios pela frente. A maior dificuldade, destaca o pai, é conseguir patrocínio. “Apesar de haver leis de incentivo para os atletas, é muito difícil ser contemplado. Geralmente, são pessoas indicadas. As empresas normalmente trabalham com pessoas que já estão na mídia. Não gostam de apostar em novos talentos. Hoje, tenho o apoio da oficina Motoland, em Betim, que faz os reparos na motocicleta dele, e de um brasileiro que vive no exterior e me envia os equipamentos a preço de custo. Mas isso não basta. O esporte ainda é muito caro e, com o que ganho, não tenho como continuar arcando com as despesas. Não queria ver o talento dele ser desperdiçado. Precisamos apostar nos nossos campeões. Não pedimos nenhuma fortuna. Qualquer ajuda é bem-vinda”, finaliza Marcos. As empresas que se interessarem em firmar uma parceria podem entrar em contato pelo telefone 8229-8692.
Principais conquistas
Em 2010
Quarta colocação no campeonato mineiro de 2010; n Terceira colocação na Copa Pimonte de Motocross; n Campeão da Copa MotoGreen; n Campeão da Copa Fazenda Estrela do Sul.
Em 2011
Segunda colocação no campeonato mineiro de 2011; n Segunda colocação na Copa Pimonte de Motocross; n Campeão da Copa Bandeirantes, em Sete Lagoas; n Campeão da Copa Maxx Adventure Motocross, em Santa Luzia; n Quinto colocado no Arena Cross 2011.