Medicina bem gerida

FORMADO EM MEDICINA PELA Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em 1980, Samuel Flam soma à experiência médica a função de gestor. Especialista em cardiologia e em clínica médica, ele ocupa cargos administrativos desde os anos 1990. Em 2014, foi eleito, pela primeira vez, diretor-presidente da Unimed-BH e, no ano passado, foi reeleito para mais um mandato.

Em entrevista à Mais, Flam fala sobre a trajetória profissional e os principais desafios à frente de uma das maiores operadoras de saúde do Brasil. A inauguração do Hospital Unimed – Unidade Betim, prevista para abril próximo, foi outro ponto abordado no bate-papo com o médico.

 

Quando e por que o senhor optou pela medicina?

 

Ao longo de minha vida, aprendi muitas coisas. E continuo aprendendo todos os dias. Esses ensinamentos são, sem dúvida, o que me levaram à medicina. Mais do que uma profissão, a prática médica me ensinou mais sobre o ser humano do que qualquer outra experiência que eu tenha vivido. Especialmente porque aprendi a arte da escuta e do cuidado, para tentar entender as pessoas como elas de fato são e do que precisam, com toda sua complexidade e sua diversidade. Essa oportunidade é o que, até hoje, me estimula nessa profissão.

 

E como foi a transição para a área de gestão? Quando isso aconteceu e como o senhor avaliou a oportunidade?

 

Como teve início sua relação com a Unimed-BH?

 

Minha relação com a gestão da Unimed-BH começou no início dos anos 2000, quando passei a integrar o Conselho de Administração da cooperativa. Mas, antes disso, no exercício da profissão, eu já fazia parte da Unimed-BH como médico cooperado. Desde o início dessa caminhada, me envolvi com os princípios cooperativistas, os quais exerço diariamente como médico e como liderança. Acredito que esses ideais têm um enorme potencial de transformação da realidade. Por isso, os escolhi ao longo de toda a minha trajetória profissional.

 

Hoje, o senhor está à frente de uma das maiores operadoras de saúde do Brasil, que vem registrando crescimento de números de clientes e de receita. O que é mais desafiador nessa função para alcançar tais resultados?

 

Os desafios são vários. A crise econômica, o aumento dos custos assistenciais e a judicialização da saúde são alguns que a Unimed-BH e outras operadoras de planos de saúde enfrentam. Para manter a sustentabilidade da cooperativa e alcançar bons resultados, temos investido em estratégias bem-sucedidas de prospecção de novos clientes e de cuidado com a carteira já existente, associadas à gestão que prioriza a qualidade e ao investimento na assistência. Um trabalho sempre em conjunto com nossos médicos cooperados e com a rede prestadora.

 

O senhor foi eleito presidente da Unimed-BH, pela primeira vez, em 2014. De lá para cá, quais foram os feitos mais importantes em sua avalição? Entre os projetos para os próximos dois anos, quais se destacam?

 

Nos últimos quatro anos à frente da Unimed-BH, nossa estratégia de gestão priorizou a preservação da posição de mercado, a inovação nos modelos de cuidado e nos mecanismos para valorizar a qualidade assistencial, a modernização dos processos que garantem a correta utilização do plano de saúde e uma eficiente gestão dos recursos. Tudo isso com o envolvimento dos nossos 5.600 médicos cooperados, dos 4.400 colaboradores e da rede parceira. Nesse período, também tivemos alguns marcos, como a aquisição do Hospital Infantil São Camilo Unimed, a construção do Centro de Promoção da Saúde – Unidade Barreiro e a implantação da remuneração médica e da rede prestadora a partir de critérios de qualidade. Essas são iniciativas reconhecidas pelos clientes e que estão refletidas no crescimento da carteira e na confiança nos serviços da cooperativa.

 

A falta de leitos hospitalares e a demora no atendimento são problemas que ainda afetam muitos pacientes, mesmo os que possuem planos de saúde (surtos de dengue, por exemplo, já evidenciaram essas carências). Como a Unimed-BH trabalha para resolver ou, ao menos, melhorar esse cenário?

 

A Unimed-BH conta, hoje, com dez unidades assistenciais próprias e outras 338 da rede prestadora, o que nos permite atender nossos mais de 1,2 milhão de clientes de maneira equânime, em tempo oportuno e com os melhores resultados possíveis. Nossa gestão está sempre avaliando indicadores de utilização e da carteira, de modo a dimensionar e a equilibrar de forma sustentável nossa capacidade de atendimento, considerando inclusive a sazonalidade.

 

O que despertou o interesse da Unimed-BH em Betim, na região metropolitana, onde será inaugurado um hospital neste ano?

 

A história da Unimed-BH com Betim começou há seis anos, apesar de a presença da marca Unimed aqui ser mais antiga. Em 2012, quando incorporamos a operação da Unimed Betim, já tínhamos em vista o potencial da cidade, que é estratégica para o Estado. Com localização privilegiada, Betim é um importante polo industrial, o que a posiciona como o segundo maior PIB [Produto Interno Bruto] de Minas. Também tem grande potencial de crescimento, especialmente se uma retomada econômica se confirmar.

 

Qual a importância dessa unidade para a região?

 

A Unimed-BH vai entregar uma unidade com projeto inovador, que concilia as mais avançadas tecnologias do setor de saúde com o cuidado e a atenção ao paciente, características marcantes da cooperativa. Mais do que um hospital com infraestrutura completa e profissionais de referência, a Unimed-BH dispõe de uma rede de atendimento ampla, tão importante quanto nossa nova estrutura. Essa rede dá a nossos clientes a segurança de acesso, integralidade e qualidade no atendimento.

 

• Área construída: 39 mil m²,com sete pavimentos e heliponto
• Previsão de conclusão: abril de 2019
• Área do terreno:30 mil m²
• Investimento: R$ 250 milhões
• Número de leitos: 300, sendo 60 de UTIs adulto, pediátrico e neonatal
• Atendimento de 27 especialidades médicas, além de centro de imagem e laboratório de análises clínicas
• Localização: avenida Juiz Marco Túlio Isaac, no bairro Riacho das Areias