Muito alem da sensualidade

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Criado em 18 de Dezembro de 2012 Talento
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Originado da lambada e adaptado à realidade brasileira, o ritmo do zouk vem ganhando cada vez mais seguidores no país; em Betim, dois talentosos professores de dança são referência do gênero em Minas

Você se lembra da lambada, aquele ritmo “caliente” que fez muito sucesso no país no fim dos anos de 1980? Pois bem, ele está de volta. Só que remodelado e com um novo nome, o zouk, um ritmo caribenho que, na versão brasileira, ganhou passos mais lentos e muito mais sensuais.
 
Em Betim, o talento e a cumplicidade de dois professores de dança vêm ganhando espaço no cenário nacional. Lorena Cristine dos Santos, 19, e Hugo Frade Lisboa, 26, venceram, recentemente, o Campeonato Mineiro de Zouk, na categoria profissional, evento promovido pela Universidade de Dança Rodrigo Delano, em Belo Horizonte. O concurso foi a estreia dos dançarinos em competições. “Não imaginava que chegaríamos à final nem que fôssemos campeões. Quando o júri anunciou o resultado, foi uma surpresa", relembra Lorena.
 
Hugo conta que o campeonato foi dividido em duas etapas. “Na primeira fase, dançamos no improviso. Colocaram duas músicas, uma lenta e outra mais rápida. Aí, tivemos que criar uma coreografia na hora. Já a segunda etapa foi mais elaborada. Além de dançarmos novamente no improviso, tivemos que escolher uma música e ensaiamos a coreografia”, explica.
 
Agora, em função da conquista do título, os dançarinos representaram o município no campeonato nacional, que aconteceu em novembro, em São Paulo. Além disso, eles também vão disputar o mundial, em janeiro, na cidade baiana de Porto Seguro.

Amor à dança

Lorena revela que se apaixonou pela dança aos 15 anos. “A filha de uma amiga da minha mãe é quem me indicou. Fiz o teste para bolsista em uma escola de dança em Betim e fui selecionada. Pouco tempo depois, tornei-me professora. Hoje, mais do que minha profissão, a dança é minha vida”, afirma Lorena.
 
 
Já para Lisboa, a aproximação com a dança foi mais difícil. “Sou de uma família de comerciantes, e tinha uma distribuidora de bebidas. Larguei tudo por causa da dança. Cheguei a ser apontado como preguiçoso e discriminado pela sociedade. Mas consegui dar a volta por cima. Hoje me sinto reconhecido. Agradeço isso ao apoio da minha família. A dança é meu sustento. Devo a ela todas as minhas conquistas”, salienta Lisboa.
 
Início da parceria 
 
Mais do que dançarinos, Hugo e Lorena são amigos. Eles contam que se conheceram durante os ensaios para uma apresentação de dança, há cerca de quatro anos. “Daí então, não nos separamos mais. Quando dançamos juntos pela primeira vez, foi como o começo de um namoro. Surgiu uma química, que fluiu e vem crescendo a cada dia que passa. Passamos por bons e maus momentos juntos. Mas todos valeram a pena. A Lorena faz parte da minha vida. Além de uma parceira de dança, ela é uma grande amiga. Divido minhas alegrias e meus problemas com ela”, destaca Lisboa.
 
Referência mineira no zouk, o casal revela que o ritmo surgiu na vida de ambos de forma inexplicável. “Começamos a ensaiar salsa, mas acabamos nos especializando e nos aprimorando no zouk. Acho que foi por influência de amigos, que sempre elogiavam quando nós dançávamos o ritmo juntos. O zouk me emociona. É o gênero musical que escolhi para investir na minha carreira profissional”, explica Lisboa, que também é idealizador do primeiro congresso de zouk em Betim.
 
Lorena pensa da mesma forma. “Vou continuar me especializando. Além de vencer o campeonato mundial de que vamos participar, quero também dar aulas de zouk em congressos nacionais e internacionais. São sonhos que estamos tendo e aos quais nos dedicamos dia a dia para realizar”, pondera a dançarina. 
A história do zouk
 
O zouk é originário das Antilhas. Está presente em vários ritmos brasileiros e sempre teve grande influência nas regiões Norte e Nordeste do Brasil. Os criadores do ritmo foram o grupo Kassav, que misturou o calipso, um estilo musical afro-caribenho, com a makossa, um ritmo musical originário das regiões urbanas do Camarões. O nome zouk veio da Europa, em 1985.
 
A dança zouk, que significa festa, é praticada no Caribe. Assim como o merengue, ela é dançada trocando-se o peso basicamente na cabeça dos tempos musicais. No Brasil, utiliza-se a música para uma espécie de dança vinda da lambada, porém, com movimentos mais adaptados ao andamento da música. O zouk no Brasil possui hoje vários estilos, mas sua base nunca deixou de ser a lambada e os giros e os movimentos de braços presentes na salsa, no rock and roll e no forró.



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