A culinária japonesa se popularizou em todo o mundo e chegou para desmistificar o ditado de “tudo que é bom engorda”; preparados à base de arroz, algas, frutos do mar e peixe, os pratos são pouco calóricos e valorizam alimentos benéficos à saúde.
Equilibrada, nutritiva e saborosa, a culinária japonesa é considerada uma das mais saudáveis do mundo e, há alguns anos tem se popularizado e conquistado admiradores de diversas culturas. Pelas cores, que são sempre vivas, o prato se torna delicioso até para os olhos. Pioneiras em Betim no ramo da culinária japonesa, Taynara Amorim, 25, e Indianara Simões, 25, proprietárias do restaurante Sushinara, contam como a vida de ambas, formadas em enfermagem, acabou se envolvendo com
os deliciosos pratos japoneses.
Em 2006, as sócias se conhecerAm ao iniciarem o curso de enfermagem, sem nem sequer imaginar que essa parceria resultaria em uma profissão completamente diferente. Quatro anos depois, quase formadas, as amigas fizeram, em Belo Horizonte, o primeiro curso especializado no preparo da comida japonesa. “Nós quisemos aprender a preparar a comida japonesa por curiosidade, por apreciarmos e para degustar em casa. Como os pratos começaram a se popularizar, percebemos um potencial comercial e, um ano depois, fizemos outro curso em São Paulo, já com o intuito de ganhar dinheiro com isso”.
Gohan
O arroz chegou ao Japão em 2500 a.C., proveniente da China e da Coreia. Até então, a dieta japonesa se baseava em caça, pesca e coleta. A palavra japonesa para arroz é gohan, que significa tanto o alimento quanto uma refeição.
No início, as sócias começaram a comercializar o produto em uma casa de conveniência em Betim. “Chegamos a trabalhar na área de enfermagem, mas percebemos que o mercado japonês crescia, tinha um potencial maior; um ano depois, em 2011, abrimos o Sushinara, na praça do Óleo. Na verdade, o objetivo era ser um estabelecimento mais informal, com foco em delivery, mas a clientela superou nossas expectativas”, conta Indianara.
Somente os homens
Uma das curiosidades mais interessantes da culinária japonesa é que, para essa cultura, o preparo do sushi é uma atividade tipicamente masculina. O motivo é que a temperatura das mãos das mulheres, tidas como mais quentes que as dos homens, poderia alterar o sabor do peixe. Mas as mulheres foram ganhando espaço e começaram a driblar a regra, resfriando as mãos antes de preparar o prato.
Com apenas um ano de funcionamento do Sushinara, as proprietárias sentiram a necessidade de ampliar e modernizar o espaço e, há menos de um mês, inauguraram um local, cuja arquitetura é no estilo clássico japonês. Agora, os clientes da casa têm direito a tatame e mesas baixas. E o espaço não deixa de atender às crianças. Para toda essa mudança, o quadro de funcionários também teve que ser readequado. “Hoje, temos 11 funcionários. No início, éramos apenas três pessoas. Acredito que, além de essa culinária estar se popularizando, o segredo do nosso sucesso é a participação do cliente nos pratos. Se ele deseja fazer modificações em relação aos ingredientes, nós as fazemos. O importante é que o consumidor saia satisfeito”, apontam as sócias.
Dicionário japonês
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Uramaki: a alga é enrolada por dentro, ficando o arroz do lado de fora Makimono: a alga fica por fora e o arroz, por dentro
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Sashimi: fatia de peixe cru, que pode ser de salmão, polvo, atum etc.
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Temaki: a alga “enrola” o alimento em forma de um cone
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Niguiri sushi: bolinho de arroz com fatias de peixe
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Hashi: talheres (palitinhos), não obrigatórios, utilizados para degustar a culinária japonesa
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Wassabi: tempero em pasta feito de uma das plantas conhecidas como raiz-forte
Receita
Harumaki de frango
Ingredientes
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1 folha de massa tipo primavera
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200 g de frango desfiado
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90 g de requeijão cremoso
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90 g de creme cheese
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50 g de repolho verde desidratado
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50 g de cenoura ralada fina
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Cebolinha a gosto
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1g de Ajinomoto
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Sal a gosto
Modo de preparo
Tempere o frango. Em uma panela, refogue o repolho e a cenoura já ralados. Acrescente o frango desfiado. Tempere a gosto. Em um suporte liso, abra a massa de Harumaki e coloque o recheio na parte central. Para fechar, dobre três pontas da massa para dentro. A última ponta que ficar aberta irá servir para fechar a massa. Para isso, passe o trigo e a água para que possa dar liga e “selar”. Dobre a última ponta e pronto: você pode fritar a massa
Pratos
O Sushinara apresenta vários pratos aos clientes, desde os tradicionais japoneses aos criados pelas sócias. “Preparamos tudo com muito carinho e sempre optamos pelas mulheres para fazer os pratos, pelo fato de serem mais zelosas com o trabalho. É preciso ser detalhista no preparo da comida japonesa, que, além de agradar ao paladar, tem que estar apresentável; deve-se comer com os olhos também”, explica Taynara, que aproveita para informar a principal criação da dupla, o Sushinara Ebi, que leva camarão, salmão e cream cheese.
Etiqueta
Não se devem lamber os hashis (palitinhos), mesmo que a comida esteja irresistível. Do mesmo modo, eles não podem ser usados para apontar pessoas, alimentos e, ainda, espetar a comida
As amigas explicam que muitos dos pratos, apesar de tradicionais, têm um toque especial, guardado a sete chaves, o que os torna mais gostosos. “Sempre tem um segredo, né? E isso não podemos revelar, claro”, brincam. “Mas a questão mesmo é ter
o prazer de cozinhar. Outro fator importante é sempre inovar. Por exemplo, aqui, no Sushinara, nós servimos o polvo com fatias de limão. Isso é a culinária japonesa com um toque dos costumes brasileiros o de comer peixe com limão, e essa mistura de sabores você não vê em qualquer lugar”, ressaltam.