O melhor amigo dos cães
Wanderlane Godoy
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Criado em 11 de Outubro de 2013
Betinense Nota 10
“Quem tem um cão tem um amigo. Se você cuida de um animal faminto e abandonado, ele nunca vai abandoná-lo”
Ana Flávia Belloni
Resgatar cães abandonados, oferecer-lhes água, alimento, cuidar e, principalmente, dar carinho é a missão do empresário e protetor Wanderlane Afonso Godoy. Junto a parceiros e outros protetores, ele já resgatou mais de mil cães e gatos de rua, dando-lhes abrigo e uma nova chance de vida.
Apaixonado pelos animais desde os 8 anos de idade, Godoy conta que sempre se sentiu indignado ao avistar a carrocinha recolhendo cães de rua. O protetor se diverte ao relembrar as histórias contadas pela mãe que marcaram sua infância. “Segundo ela, os cães eram capturados e usados para fazer sabão.” Uma lenda cruel, mas que lhe despertou para um problema bem real no país: o grande número de animais abandonados nas ruas.
Atualmente, o empresário, que também já foi bancário, divide seu tempo entre a sua empresa de videocomunicação e as atividades que desempenha em prol dos animais. A trajetória é longa e Godoy já defende essa causa há mais de 15 anos. Em 2001, ele e seus parceiros e protetores efetuaram o tão almejado registro da Sociedade Protetora dos Animais de Betim e, hoje, todos seguem na expectativa da obtenção de um espaço no município para abrigar os animais resgatados.
A fase, agora, é de aperfeiçoamento do estatuto relativo à organização não governamental (ONG) e, de acordo com Godoy, o objetivo é a obtenção do registro de organização da sociedade civil de interesse público (Oscip), um título concedido pelo Ministério da Justiça do Brasil. A obtenção desse registro permite o estabelecimento de parcerias e convênios com órgãos públicos e privados, sejam eles em nível municipal, estadual ou federal. No caso de parcerias com instituições privadas, assim que forem firmadas e as doações efetuadas, as empresas obtêm descontos em seu Imposto de Renda.
Wanderlane Godoy, protetor de animais. Fotos: Deivisson Fernandes
Falta de apoio
Apesar de todo o esforço, Godoy destaca que a causa precisa de mais apoio. “É necessário investir em projetos de conscientização, a fim de mostrar para a sociedade e o poder público que esse trabalho deve ser desenvolvido em equipe e traz benefícios para toda a cidade.” Para ele, efetuar o extermínio de cães é um processo cruel e que não erradica o aumento do número de cães de rua. “Por isso, o ideal é promover campanhas de esterilização e prestar atendimento veterinário gratuito, além de levar esse serviço até os proprietários de animais”, explica.
Segundo Godoy, Betim abriga, atualmente, 35 mil cães, dos quais 10% estão nas ruas. Essa população cresce 20% ao ano – quantidade alarmante e que aponta ainda mais a necessidade da construção de um local para abrigar os animais de rua.
Unidos por uma boa causa
O trabalho desenvolvido por Godoy e seus parceiros Alexandre Flor, Luciana Trindade, Marta Rochele Pereira, Roberta Cabral, Valéria Souza, Zilda Cabral e inúmeros outros é de caráter estritamente voluntário. Os recursos despendidos para o tratamento e a alimentação dos animais resgatados são tirados do próprio bolso dos voluntários. Depois de acolhidos, cães e gatos recebem alimentação e os primeiros socorros, quando necessário, além de serem acompanhados de perto pelos protetores, que buscam um novo lar para eles.