OS PILARES DO EMAGRECIMENTO SAUDÁVEL
A obesidade é uma doença crônica mundial, e seu controle configura um dos grandes desafios da medicina atual. A chave do sucesso do tratamento de emagrecimento é reconhecer que a obesidade não depende somente de dieta e de atividade física, já que os fatores causais são amplos e complexos, incluindo a interação da genética e do meio ambiente. O início do ganho de peso pode até ser provocado por uma alimentação inadequada e pelo sedentarismo, mas, uma vez estabelecida a obesidade, emagrecer não dependerá somente de diminuir calorias e aumentar o gasto calórico diário: será preciso recodificar os neurotransmissores e os hormônios para dar início a um processo de emagrecimento contínuo e duradouro.
Os principais pilares do emagrecimento saudável são:
1 - Hormônios: o controle eficiente dos hormônios da tireoide é imprescindível para o emagrecimento, mas eles não são os únicos que necessitam de acompanhamento. A orquestra de todos os hormônios do organismo deve estar afinada. A testosterona, quando em níveis ideais, é um excelente “queimador” de gorduras, tanto em homens quanto em mulheres. O ideal é manter otimizados os valores de estradiol, progesterona, insulina, hormônio do crescimento, entre outros. Cabe aqui uma ressalva: existe uma diferença entre níveis ótimos e níveis laboratoriais – os valores de referência dos laboratórios servem de base, mas somente seu médico poderá lhe orientar em relação a seus níveis fisiológicos ótimos.
2 - Permeabilidade intestinal: o intestino é nosso segundo cérebro – é ele quem sinaliza nossos centros da fome e da saciedade. O estilo de vida atual, com alimentos cada vez mais industrializados e repletos de agrotóxicos, gera um saldo negativo em nossa saúde intestinal. Não absorvemos os nutrientes de que precisamos de forma eficaz e deixamos entrarem substâncias que deveriam ser barradas, como os disruptores endócrinos (substâncias externas que causam alterações hormonais). Tratar a disbiose intestinal (descontrole da flora bacteriana intestinal normal, que acarreta a absorção de substâncias nocivas ao organismo) e melhorar a qualidade da permeabilidade de nosso intestino são fundamentais no processo de emagrecimento.
3 - Sono: sabe aquela máxima que diz “dormir mal engorda”? É verdadeira! Quem não tem um sono adequado encontra dificuldades em regular os hormônios, e o metabolismo fica direcionado para o ganho de peso. O famoso “sono anabólico” é fundamental para que possamos aumentar a produção dos hormônios que favorecem a queima de gordura e controlar a ação dos hormônios que nos fazem armazená-la.
4 - Estresse: é modulado por um hormônio chamado cortisol, o qual não pode estar nem alto demais, nem baixo demais. Existem picos de cortisol ao longo do dia, e é possível monitorá-los através de exames laboratoriais. Qualquer alteração nos valores diários de cortisol pode favorecer o ganho de peso.
5 - Carboidratos: nem todos os produtos light e integrais são saudáveis e indicados para o emagrecimento. O consumo inadequado de carboidratos, principalmente os que possuem alto índice glicêmico, na maioria das vezes, é o grande vilão. Devemos perder o medo de dietas ricas em proteínas e gorduras boas e cuidar da quantidade e da qualidade dos carboidratos ingeridos.
6 - Comida de verdade: a “praticidade” proporcionada pela comida industrializada nos afasta cada vez mais dos alimentos de verdade. Outra questão na qual devemos prestar atenção é em relação aos agrotóxicos presentes em grande parte de nossa alimentação. Para se ter uma ideia, o Brasil é um dos maiores utilizadores de agrotóxicos. Então, já parou para pensar que sua salada pode não ser tão saudável assim? Aqui entra a importância dos alimentos orgânicos.
Hoje, existem diversos tratamentos que auxiliam no emagrecimento saudável. O ideal é que a pessoa tenha um acompanhamento multidisciplinar, com médico, nutricionista e educador físico. E mais importante do que perder peso é conseguir sustentar essa perda. Lembrando que um emagrecimento bem-orientado gera benefícios que vão muito além da estética, pois o paciente ganha qualidade de vida, previne doenças e mantém sua saúde física e emocional. O objetivo é morrer o mais tarde possível com um organismo jovem.