Simple Plan em BH

Banda canadense fez turnê no Brasil para divulgar o novo álbum, “Taking One For The Team”. Em entrevista à revista Mais, integrantes comentam novidades do trabalho e falam da relação com o país: “Os fãs brasileiros são os melhores”, diz um deles.

Criado em 21 de Dezembro de 2016 Música
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Sara Lira

Um show para quem é fã de verdade. Assim se pode definir a apresentação da banda canadense Simple Plan em Belo Horizonte, no dia 8 de dezembro. O grupo voltou ao Brasil após quatro anos, desta vez para lançamento do novo álbum, “Taking One For The Team”, disco esperado desde 2011.

Com casa lotada, o público cantou em peso cada uma das canções apresentadas por Pierre Bouvier (vocalista), Sebastien Lefebvre (guitarra e vocal), Jeff Stinco (guitarra solo) e Chuck Comeau (baterista). O baixista David Desrosiers não veio à turnê, alegando razões pessoais, por meio da página oficial da banda, um dia antes do primeiro show no país, realizado em São Paulo, em 7 de dezembro. “Ele é muito importante para nós, e estamos aqui com o suporte dele”, disse Pierre logo no início da apresentação.

Mas a ausência de um dos integrantes não afetou a empolgação dos fãs. O show contou com músicas do novo disco e também de toda a história do grupo, que já tem 17 anos de caminhada. A abertura foi com “Opinion Overload”, primeiro single do novo álbum, que já emendou com “Jet Leg”, canção do CD “Get Your Heart On!”, lançado em 2008. Em seguida, o público vibrou com “Jump”, música do segundo CD da banda, “Still Not Getting Any”. O show prosseguiu mesclando canções antigas e lançamentos.


“O set list é uma mistura de tudo o que já fizemos. Tocamos as canções novas e as clássicas, que os fãs querem ouvir. É um show para cantar, dançar e se divertir”, definiu Sebastien em entrevista à Mais.

Os músicos interagiram a todo momento com o público, e o vocalista agradava toda vez que falava palavras em português como “Obrigado”, “Boa-Noite” e “Olá, Belo Horizonte”. Além disso, todos vibraram quando o guitarrista Jeff Stinco dedilhou no violão um trecho de “Garota de Ipanema”, um clássico da Música Popular Brasileira (MPB). O show terminou com sons que marcaram os primeiros anos da banda, como “Shut Up!”, “Perfect World”, “Untitled” e “Perfect”, música mais conhecida do quinteto canadense.

 

Maturidade

A Simple Plan lançou o primeiro álbum em 2002, com músicas mais melódicas, que mostravam revolta adolescente, problemas familiares e “corações partidos” por paixões. Algumas das músicas que estouraram são “Perfect” e “Addicted”. Todas com uma pegada de pop punk, que fez a banda ficar famosa mundo afora e marcou a vida de muitos adolescentes do início dos anos 2000.

Porém, em “Taking One For The Team” o grupo inovou e apresenta novos estilos, com letras mais maduras e positivas, mas sem perder o estilo “Simple Plan”, que os fãs adoram. De acordo com o guitarrista, a ideia dos álbuns recentes foi trazer de volta o tipo de som que o grupo prega desde o primeiro álbum, mas sempre apresentando novidades e arriscando novos arranjos. “Somos uma banda que não quer fazer a mesma coisa de novo e de novo. Então, esse é o motivo de fazermos algo diferente”, explicou. “Continuamos com o som clássico, e isso é importante. Sempre tentamos fazer isso. Mas a gente quis mostrar progresso e testar coisas novas”, complementou o baterista, Chuck Comeau.

O resultado são canções como “Singing In The Rain!”, que lembra o estilo musical dos anos 70, “I Don’t Wanna Go To Bed” e “Perfectly Perfect”, que trouxeram melodias absolutamente divergentes do que a banda já havia testado – e que mesmo assim agradaram aos fãs. Tanto que o clipe desta última, lançado no fim de novembro, atingiu mais de 1 milhão de visualizações no YouTube em menos de uma semana. “No primeiro álbum, nós tínhamos 21, 22 anos. Agora, com mais de 30, é um pouco diferente. Temos mais experiência, mais coisas para falar. Então, esse disco é um reflexo instantâneo do que somos agora musicalmente e como pessoas”, destacou Chuck.

Os dois também comentaram o amor que sentem pelo Brasil. Esta é a sétima vez que eles visitam o país. Além de São Paulo e BH, o Simple Plan também se apresentou em Porto Alegre e no Rio de Janeiro. “As pessoas aqui amam música, amam rock. Sentimos essa energia e essa conexão, e isso nos faz querer tocar mais vezes e mais canções”, afirmou Comeau. “Os fãs brasileiros são os melhores. Mas não conte a ninguém que eu disse isso”, brincou Sebastien.

 

PINGUE-PONGUE

Fala, Simple Plan

Confira a entrevista exclusiva da banda à equipe da revista Mais:

 

Mais: Em “Taking One For The Team”, a banda se arriscou com melodias diferentes do usual para o histórico do grupo. Por que vocês decidiram inovar?

Sebastien: Na maior parte dos álbuns recentes, como este e o “Get Your Heart On”, nós, definitivamente, queríamos trazer de volta os reais estilos do Simple Plan e também canções com muito pop, muita energia, como “Fareweel”, “I Refuse”, “Opinion Overload” e por aí vai. E, como banda, nós também não queremos fazer as mesmas coisas de novo e de novo. Então, isso é por que nós inovamos. Sobre as melodias, por alguma razão, não importa o tipo de música, se é do tipo “I’m Just A Kid” ou “Summer Paradise”. Isso sempre soa como o som do Simple Plan.

Chuck: Como banda, nós sempre tentamos fazer diferentes coisas. É legal manter o som clássico. Isso é importante, e sempre tentamos fazer isso, mas, ao mesmo tempo, nós tentamos mostrar algo progressivo e testar diferentes coisas. É divertido fazer isso e é o que fizemos nos últimos álbuns.

 

Mais: Tive a impressão de que, neste disco atual, as letras das músicas estão mais maduras. Estou correta?

Chuck: À medida que ficamos mais velhos, nós mudamos nossas perspectivas e também os diferentes pontos de vista. No primeiro álbum, nós tínhamos 21, 22 anos. Agora, com mais de 30, é um pouco diferente. Temos mais experiência, mais vivência, mais coisas para falar. Então, talvez a inspiração mude. Esse disco é um reflexo instantâneo do que somos agora musicalmente e como pessoas.

 

Mais: Há alguma curiosidade sobre este álbum ou alguma música que vocês não colocaram sobre a qual vocês gostariam de falar?

Sebastien: Sim, “Christmas Song”. Nós a gravamos ao mesmo tempo em que gravamos o álbum, mas a finalizamos no último mês. Estou muito feliz, pois sempre fazemos uma canção de Natal, e os fãs adoram.

Mais: O vídeo do último single, “Perfectly Perfect”, obteve quase 1 milhão de visualizações menos de uma semana após o lançamento. A que vocês atribuem tanto sucesso?

Chuck: O vídeo captura algo especial. Há muitas coisas legais sobre, e isso é o motivo de ser um single, mas ele mostra várias histórias de amor, e eu acho que é um vídeo genuíno, corajoso e que se conecta com as pessoas. E é como nós acreditamos no amor. Pois quem quer que seja que você ama, é natural, é perfeitamente perfeito para nós.

 

Mais: E sobre o set list escolhido para o show em BH?

Sebastien: É muito divertido ter cinco álbuns porque o set list é uma mistura. Tocamos as músicas que os fãs querem ouvir no show. É para dançar, pular e se divertir com a gente. Então, apresentamos canções de todos os álbuns.

 

Mais: Esta é a segunda vez que vocês visitam Belo Horizonte. O que acham da cidade?

Sebastien: É divertido, pois tivemos uma boa recepção dos fãs já no aeroporto. Obviamente, isso não é muito difícil no Brasil e, com certeza, nesta cidade. Além disso, viemos muito animados para o show.

 

Mais: E o que vocês acham dos fãs brasileiros?

Sebastien: Eles são os melhores. Não diga às outras pessoas que eu disse isso, mas os fãs brasileiros são os melhores.

Chuck: As pessoas aqui amam música, amam rock, amam bandas de rock e são muito expressivas sobre seu amor pela música. Então, a banda já sente no backstage a energia, e essa conexão nos deixa muito felizes e nos faz querer tocar por mais tempo e mais músicas.

 

Mais: Vocês querem voltar ao Brasil?

Sebastien: Nós sempre tocamos no Brasil. Sempre que lançamos um álbum, nós voltamos ao Brasil. Tanto que já estivemos aqui por sete vezes, e isso é muito bom. É como se viéssemos aqui a cada dois anos.

 

Mais: Quais são os planos para o futuro da banda?

Sebastien: Vamos visitar alguns lugares, fazer alguns shows no próximo ano e, depois, começar a trabalhar no próximo álbum. 




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