Talento na ponta do pincel
Com quase 300 quadros em seu currículo, a pintora e estudante de psicologia Luciana Vogel, 51, é um exemplo de que talento não tem hora para surgir. Ela começou a praticar sua arte aos 35 anos. Nascida em Petrópolis, no Rio de Janeiro, e moradora de Betim há 29 anos, a artista, formada em artes plásticas pela escola Guignard, da Universidade Estadual de Minas Gerais
(Uemg), destaca-se por trazer em suas obras os traços marcantes do expressionismo abstrato – movimento surgido nos Estados Unidos após a Segunda Guerra Mundial – e do impressionismo francês.
“Sempre gostei muito das obras do Monet, do Gauguin – pintores impressionistas franceses – e dos pintores expressionistas. Resolvi fazer algo no estilo, sofrendo algumas influências, mas que não fosse cópia de nenhum deles”, explica.
Suas obras são bastante conhecidas em toda a cidade, haja vista o grande número de quadros dela presentes em decorações de residências dos betinenses. “Tenho entre 200 e 300 quadros pintados e já comercializei a grande maioria deles para compradores que queriam decorar suas casas. No entanto, não faço obras ‘encomendadas’ para determinados ambientes”, ressalta Luciana.
Como reconhecimento, a artista já apresentou suas obras em várias exposições no Brasil – principalmente, em Belo Horizonte, Betim e Petrópolis – e no exterior. Dois destaques são a mostra deque participou em Florença, na Itália, e uma apresentação individual em uma galeria de arte de Nova Iorque, onde ela vendeu algumas obras. Luciana também já foi convidada, em
algumas ocasiões, a participar, em São Paulo, de premiações da União Nacional dos Artistas Plásticos (Unap).
Pintora há mais de 16 anos, Luciana já criou, aproximadamente, essa quantidade de quadros.
Amor à arte
A artista declara que não consegue se imaginar no mundo sem sua arte. “A pintura, para mim, é tudo. É a minha vida. Não consigo conceber a vida sem a arte incluída”, salienta.
Em seus quadros, a pintora afirma que procura retratar a transcendentalidade do ser humano, buscando elementos que vão além das questões físicas. A técnica utilizada por ela é a acrílica sobre tela, que lhe permite combinar várias técnicas da pintura a óleo, como a mistura de dois tons industriais para a criação de novas cores, e da aquarela – pintura onde as cores são dissolvidas na água.
O processo acrílico, explica ela, é mais prático e requer menos trabalho. “Isso acontece porque a tinta não demora tanto para secar como as outras, o que torna o processo bastante utilizado por artistas contemporâneos.”
Projetos
No momento, Luciana diz que não está tão focada na pintura. Ela conta que sua principal meta para 2013 é terminar a graduação em psicologia. Mas a artista salienta que pretende retomar os trabalhos, com toda a força, a partir de 2014.
“Quero apresentar minhas obras pelo país em um trabalho que promete reunir arte e conhecimentos adquiridos na psicologia. É um projeto voltado para a arteterapia, um processo terapêutico que consiste na elaboração de produtos artísticos –pinturas, por exemplo – em prol da saúde do paciente. Já fiz um estágio durante a graduação que consistia na orientação para pintura de meninas carentes que engravidaram precocemente”, conta.
Aluna do nono período do curso de psicologia, a pintora revela ainda que, ao se formar, pensa abrir um consultório em sua casa para realizar esse projeto. “Espero realizar um trabalho que possa utilizar a arte como meio de resgatar pessoas em situações de risco, como adolescentes que se envolvem com drogas ou crimes. Meu sonho é fazer um grande trabalho de inclusão social”, finaliza.