TENHO MELASMA E VOU PARA A PRAIA... E AGORA?
Cuidar
Criado em 30 de Março de 2016
Cuidar
POR DRA. ADRIANA LEMOS (CRM–32011)*
QUEM NÃO CONHECE ALGUÉM que tem aquelas manchas acastanhadas na face? O melasma acomete a autoestima sobretudo de mulheres morenas e jovens. Sua origem geralmente é multifatorial, incluindo exposição ao sol e luz em geral, calor, estresse, hormônios, gravidez, algumas medicações, doenças, traumas, queimaduras etc. A célula que produz a melanina (pigmento que dá cor à pele), chamada melanócito, é muito sensível e reage produzindo mais pigmento por qualquer irritação ou desequilíbrio no local. Até mesmo períodos de turbulência emocional, em que ocorrem muita ansiedade e/ou cansaço, pioram o melasma.
O tratamento do problema inclui desde o uso de clareadores domiciliares, filtros solares associados a pigmentos (efeito
de base), peelings (descamações da pele), injeção de ativos clareadores na própria pele (acido tranexâmico), microagulhamento com drug delivery a até fitoterápicos orais antioxidantes e laser Spectra. Na minha prática clínica, o tratamento que mais tem dado resultado é o Spectra. O laser não é a cura do melasma, mas é o que mais “enfraquece” a mancha e também o que oferece maior liberdade aos pacientes, sem o desconforto de vermelhidões e descamações e sem a necessidade do uso contínuo domiciliar de ácidos fortes, que irritam a pele.
Quem tem melasma e se incomoda com ele deve ter cuidados diários durante todo o ano, mas principalmente no verão, quando a radiação solar é mais abundante e a chance de escurecimento da mancha é maior. Dessa forma, uma viagem para a praia pode se tornar um pesadelo para quem tenta manter a situação sob controle o ano todo. O que fazer para minimizar o escurecimento do melasma e poder gozar com mais liberdade e alegria das férias no litoral? Seguem algumas dicas:
Quem tem melasma e se incomoda com ele deve ter cuidados diários durante todo o ano, mas principalmente no verão, quando a radiação solar é mais abundante e a chance de escurecimento da mancha é maior. Dessa forma, uma viagem para a praia pode se tornar um pesadelo para quem tenta manter a situação sob controle o ano todo. O que fazer para minimizar o escurecimento do melasma e poder gozar com mais liberdade e alegria das férias no litoral? Seguem algumas dicas:
1) Existem dois tipos de filtro solar: aquele que tem moléculas que reagem com o sol e transformam a luz em calor, e
aqueles que formam uma barreira na qual o sol bate e reflete. No caso da proteção solar do melasma na praia, o ideal é que seja utilizado um filtro físico para rebater a luz, e não transformá-la em calor, o que pode inclusive piorar o melasma.
2) O uso de fitoterápicos tem se tornado cada vez mais presente no receituário dermatológico para o tratamento do melasma, como o Polypodium leucotomas, um ativo de uma planta da Costa Rica muito eficaz em proteger a pele dos raios ultravioleta. O Polypodium leucotomas é um agente anti-inflamatório e imunomodulador, que protege a pele do dano celular e tem propriedades calmantes. Usamos para o tratamento do melasma durante todo o ano, intensificando a dosagem sobretudo dois meses antes da viagem para a praia.
3) O uso da vitamina C tópica na praia é extremamente coerente, pois, além de ter um efeito clareador, também possui ação antioxidante e não irrita a pele quando em contato com o sol e o calor. Deve ser usada antes do protetor solar. À noite, a pessoa pode optar por um hidratante não oleoso na face, não se esquecendo de dar uma atenção hidratante para o corpo também.
4) Desnecessário lembrar que o uso de chapéus e viseiras com tecidos que também têm proteção solar e de óculos com fatores UVA e UVB é imprescindível no auxílio ao combate aos raios solares.
5) É importante sempre ficar em áreas de sombra e escolher bem os horários das prazerosas caminhadas na praia, evitando-
se aquele sol das 10h às 15h, que é o pior de todo o dia, diretamente relacionado ao câncer de pele e a queimaduras solares, as quais geram bastante ardência e prejudicam a diversão dos próximos dias, além dos efeitos nocivos em longo prazo. Mas, antes da viagem, deve-se buscar orientação do dermatologista a fim de se saber quais produtos usar para minimizar o escurecimento do melasma o máximo possível e, após o retorno, é preciso dar início a uma “operação intensiva de clareamento” de acordo com a pele. O que não se deve fazer, no entanto, é deixar de viver os bons momentos da vida em função do melasma! Converse sempre com seu dermatologista e viva a vida!
*Membro da Academia Brasileira de Dermatologia e da Sociedade Brasileira de Laser em Medicina e Cirurgia, e diretora administrativa da Clínica Yaga Laser & Cosmiatria – [email protected].