Um som para falar com Deus

Banda católica de Três Corações, no Sul de Minas, inova e canta mensagens de fé em ritmo de pop rock

Criado em 21 de Dezembro de 2016 Música
A- A A+

Iêva Tatiana

 

Com voz, teclado, guitarra, contrabaixo e bateria, a banda católica Trilhos do Céu busca tocar o coração das pessoas e levar até elas mensagens positivas por meio de letras que valorizam a vida, o amor e a esperança. E tudo em ritmo de pop rock, contrariando a ideia tradicional de que somente a música litúrgica tem espaço na religião.

Criado em 2008, em Três Corações, no Sul de Minas Gerais, o grupo, atualmente formado por Raí Araújo (vocalista), Leandro Oliveira (baterista), Elvis Rezende (tecladista), Daniel Lima (guitarrista) e Júnior Oliveira (contrabaixista), vem quebrando paradigmas e rompendo barreiras geográficas com a sonoridade da fé. Em novembro, uma rádio da Costa Rica entrou em contato com a banda pedindo autorização para reproduzir alguns trabalhos por lá. “Nossas músicas já chegam a rádios de outros países, como México e Peru. Acho até engraçado, porque elas são todas em português. Mas as pessoas se interessam mesmo assim”, afirma o vocalista da Trilhos do Céu.

De acordo com Araújo, embora a banda ainda não tenha saído fisicamente do Brasil, os integrantes já estudam projetos de gravação de canções em espanhol e em inglês. O objetivo é falar sobre Deus para um número maior de ouvintes, que é o que os cinco músicos gostam de fazer. “Sempre toquei músicas católicas, e muita gente pergunta ‘por que não outro estilo?’. E eu respondo que essa é uma oportunidade que tenho de fazer o que gosto e de levar uma mensagem boa para as pessoas. Fizemos uma música que se chama ‘Simplesmente Amar’ (veja trecho dela na página anterior). Ela fala da importância de todos se amarem, independentemente de cor e religião, porque no mundo atual é todo mundo muito egoísta”, ressalta Araújo.

 

Passado e futuro

Enquanto se preparam para alçar voos maiores, os músicos mineiros vão somando estreias em território nacional. Em novembro, a banda se apresentou pela primeira vez na região metropolitana de Belo Horizonte, em Betim, no Hallel, maior evento de música católica da América Latina.

A Trilhos do Céu já havia marcado presença em outras edições realizadas em Franca, no interior de São Paulo (berço da iniciativa, lançada em 1988), em Maringá (PR) e em Aparecida do Norte (SP). Tocar em casa foi motivo de alegria para Araújo e para os outros integrantes, já que, atualmente, segundo o vocalista, 90% da agenda de shows está concentrada no Estado paulista. O momento coincidiu com a temporada de divulgação do último single lançado pelo grupo, em agosto, “Você Chegou”, produzido por Ricardo Domingues, referência no setor e também produtor da banda Rosa de Saron.

Antes, a Trilhos do Céu havia lançado, em 2011, o primeiro trabalho profissional. Na sequência, ela participou de uma coletânea do músico e produtor Boy (ex-integrante da Canção Nova), em 2012. No ano passado, veio o primeiro CD.

 

Nome celeste

A definição do nome da banda, há oito anos, não foi uma tarefa fácil, conforme relembra Raí Araújo, vocalista e fundador da Trilhos do Céu ao lado do baterista Leandro Oliveira. De acordo com ele, chegar a um consenso foi difícil, mas a escolha acabou sendo feita a partir de uma reflexão. “Quando estamos em uma rodovia, podemos mudar a rota ou parar no meio do caminho, diferentemente de um trem, que sai da estação e tem que cumprir seu destino. Assim é a nossa ligação com Deus, que é nosso ponto de chegada e de partida”.

 

Saiba mais

Hallel é uma palavra de origem aramaica que significa “cântico de louvor a Deus”. A iniciativa surgiu com a missionária Maria Theodora Lemos Silveira, conhecida como Tia Lolita. Mãe de cinco filhos, ela buscava uma alternativa de lazer para a família que integrasse rock e mensagem cristã. Tia Lolita, então, teve a ideia de convidar algumas bandas para um show. Com o sucesso do evento, outras cidades procuraram a missionária para promover a atividade. Betim foi o terceiro município mineiro a receber o evento que acontece também, em Uberlândia, no Triângulo, e em Paracatu, na região Noroeste do Estado. Hoje, o Hallel é realizado em 16 cidades brasileiras, incluindo Florianópolis (SC), João Pessoa (PB), Fortaleza (CE) e Brasília (DF), e em outros sete países (Chile, Colômbia, Estados Unidos, México, Uganda, Peru e Paraguai). 




AVISO: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião de Revista Mais. É vedada a inserção de comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros. Revista Mais poderá retirar, sem prévia notificação, comentários postados que não respeitem os critérios impostos neste aviso ou que estejam fora do tema da matéria comentada.