Uma transformação radical

Lidiane Pacheco

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Criado em 14 de Abril de 2014 Gente
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Insatisfeita com a vida sem sentido que levava, a estudante Lidiane Pacheco resolveu mudar de direção e passou a trilhar um novo caminho, de temor a Deus. Hoje, ela comanda um projeto que ajuda mulheres carentes de Betim
 
Luna Normand
 
Jovem, bonita e cheia de outros atributos, a estudante de relações públicas Lidiane Pacheco, 26, abandonou uma vida regada a diversão para seguir um novo caminho: o da religião. É ela quem comanda o recém- -criado Ladies in Mission, projeto da Igreja Batista da Lagoinha que ajuda mulheres carentes de Betim e região.
 
“O Ladies in Mission é um ministério feminino que eu lidero atualmente. Fizemos a nossa primeira ação em dezembro de 2013, na comunidade Alto Cruzeiro, em Betim. Distribuímos 180 kits de produtos de higiene básica. Nossa segunda ação foi no presídio de Bicas II. Em muitas prisões, tudo o que o Estado oferece é uma barra de sabão. Nada de absorventes ou pasta dental. É muito triste. Se o presídio não conseguir doações e as famílias não trouxerem esse material, elas ficam sem nada”, revela.
 
A vida que Lidiane leva atualmente, em prol dos outros e de Deus, é muito diferente do que há quatro anos, regada a badalação. “Sentia-me uma pessoa alienada. Achava que tudo se resumia a diversão, como a maioria dos jovens acredita. Vivia na balada com as minhas amigas, muitas vezes, ia até escondida dos meus pais e voltava sempre tarde. Gastava todo o meu dinheiro com festas e roupas, não me preocupava com o próximo, nem me dedicava aos estudos. Fiquei cinco anos assim, desviada dos caminhos de Deus”, conta.
 
A decisão de deixar de lado a rotina comum aos jovens da idade dela, porém, aconteceu de maneira muito natural. “À medida que o tempo foi passando, fui me sentindo vazia. Fui me fazendo perguntas sem respostas, comecei a desconfiar das pessoas, de tanta coisa errada que vi e passei”, diz. Hoje, ela se arrepende da maioria das coisas que fez. “Enxergo o meu corpo de maneira diferente, por exemplo. Tenho algumas tatuagens e a maioria não tem o menor sentido. Os piercings, eu tirei”, revela.
 
Preconceito
Na época em que frequentava bares e boates em busca de diversão, Lidiane Pacheco diz que chamava muito a atenção dos homens. “Eles, no entanto, só queriam ficar comigo e me exibir como troféu. O amor não está nisso”, afirma a estudante, que namorou duas vezes nos últimos quatro anos, mas hoje está solteira. “Para me relacionar, agora, os critérios que busco são outros”, confessa.
 
Ela diz ainda que sofreu preconceito no início da nova jornada. “Perdi 90% dos meus amigos, mas permaneci firme no meu novo ideal. Muita coisa em mim mudou, inclusive, acredito que me tornei muito mais humilde”, garante.
 
Prestes a concluir o curso de relações públicas pela PUC Minas, Liliane Pacheco quer se especializar na comunicação cristã para poder fazer o que mais gosta: escrever. “Pretendo entender o público protestante e a comunicação interna das igrejas. Eu me expresso bem e gosto de escrever. Consigo sentir e entender o que está acontecendo e externar isso em palavras”, confessa.
 
Dos velhos hábitos, ela mantém os encontros com os amigos e as viagens. “Amo viajar. Quero rodar o mundo, sei que é clichê, mas sonho com isso. Morar fora por um tempo ou talvez permanentemente”, diz ela, que já faz planos. “Nos próximos 12 meses, pretendo visitar Manaus, Estados Unidos e Salvador.”




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